segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A regeneração humana, por Radha Burnier (3)

A regeneração e os objetivos da Sociedade Teosófica

A humanidade precisa agora transcender a mente analítica e fragmentada, sempre dissecando, comparando, avaliando, e atingir um outro tipo de percepção para a qual podemos usar a palavra intuição, embora ela, com demasiada freqüência, seja usada em um sentido errôneo. A palavra Buddhi é melhor, pois significa despertar ( da falsa realidade na qual a mente está presa).

Que maravilhosa atividade pioneira reside em tentar criar um “núcleo de Fraternidade Universal”!...um núcleo é algo vivo, ele crescerá.  Apenas um único propósito: elevar a humanidade do ponto de vista moral e espiritual. Porém a regeneração moral e espiritual será a força mais atuante até mesmo para produzir o progresso material.

Os objetivos da S.T. não podem deixar de estar relacionados entre si, pois todos estão vinculados a questão do progresso humano e da perfeição, da regeneração.Será provavelmente necessário que os membros da S.T. em todo o mundo se questionem a respeito do que esses objetivos significam em termos de regeneração, a elevação da mente humana ou como se queira denominar o processo.

Fraternidade universal, a consecução de uma mente na qual não há qualquer preconceito, nenhuma barreira contra o quer que seja, é regeneração. Ela tem uma qualidade Religiosa. A compreensão da indivisibilidade da existência é a meta da verdadeira religião. Assim, a experiência da unidade é uma experiência religiosa, uma nova forma de percepção, uma nova qualidade da mente. 

Isso é uma maravilha porque estamos em meio a uma incrível diversidade, e o processo evolutivo implica em desigualdade. Cada ser está no seu próprio nível na escala evolutiva e tudo é diferente de tudo o mais. Mas o Ser Uno, A Essência Una, é subjacente a tudo. É um paradoxo: uma essência, uma vida, uma consciência em meio a uma incrível diversidade que revela uma suprema energia criadora. Existe uma essencial igualdade em todas as existências individuais manifestadas, pois todas fazem parte de uma única vida sagrada.

Há uma qualidade mística na compreensão da fraternidade; esta não é uma experiência comum. Esse objetivo implica uma profunda revolução psicológica. O estudo comparado das ciências, filosofia e religião... os três campos do conhecimento representam caminhos que conduzem a verdade, e são válidos enquanto nos conduzem para um ponto comum. Precisamos despertar para um outro nível de realidade. E até mesmo então não será realidade a partir de um ponto de vista mais profundo, devendo haver despertares progressivos. Assim, toda realidade abre caminho para uma realidade superior. Precisamos continuar a negar as realidades menores da vida através do uso de Viveka.  

Os cientistas começaram pelo estudo da natureza da matéria, mas foram avançando cada vez mais, até que alguns dos mais exponenciais estudiosos chegaram à percepção de uma realidade imaterial. Desta forma os cientistas estão passando do estudo da manifestação material para o de uma realidade além e maior.

A religião é a busca por essa existência eterna. Ela representa a libertação da existência finita e a fusão com o infinito. Não podemos discutir religião aqui pois constitui um tema demasiado amplo, mas, em sua base, está a percepção de que o finito não pode compreender o infinito. Portanto, o finito, que eu chamo de minha mente ou meu eu, terá que romper o seu invólucro para poder conhecer a verdade que no âmbito religioso é entendida como Sagrada.

A filosofia procura compreender a natureza e a relação de todas as coisas, brevemente resumida como Deus, o homem ou o universo.  O importante é compreender é que a verdade nos liberta da insensatez das ações baseadas em falsas concepções da realidade, como no exemplo de ver uma corda como uma cobra.  O sentido disso é a remoção da ignorância e a elevação da mente para além das irrealidades em que vive. E isso também está destinado a produzir a regeneração.

A investigação das leis ocultas da natureza e dos poderes latentes do homem constituem o poder para acelerar o progresso. Esse objetivo implica estudo não apenas da natureza em sua manifestação exterior, mas da correlação de tudo, porque toda lei é uma expressão de inter-relações. Essas inter-relações são sutis e muitos pensam que nem mesmo existem. Porém a compreensão de nós mesmos está vinculada à compreensão das leis e das forças que operam por trás de tudo. Existem muitas dessas forças e muitas formas de inteligência operantes em toda parte. Qual é o nosso lugar em tudo isso?

Parece-me que para tornar eficaz o trabalho da S.T. precisamos ver a conexão entre os três princípios e a relação dos mesmos com o desenvolvimento da consciência humana e com a elevação da humanidade. [Seminário  realizado  na  Holanda  em  junho de 1990]  

Texto selecionado pelo irmão Marcelo Curvelo para estudo em Loja realizado em 27.08.13.

"Nenhum Teósofo, do menos instruído ao mais culto, deve pretender a infalibilidade no que possa dizer ou escrever sobre questões ocultas" (Helena P. Blavatsky, DS, I, pg. 208). A esse propósito, o Conselho Mundial da Sociedade Teosófica é incisivo: "Nenhum escritor ou instrutor, a partir de H.P. Blavatsky tem qualquer autoridade para impor seus ensinamentos ou suas opiniões sobre os associados. Cada membro tem igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não tem o direito de forçar qualquer outro membro a tal escolha" (Trecho da Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica em 23.12.1924 e modificada em 25.12.1996.

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