sábado, 28 de junho de 2008

A ESSÊNCIA DA RELIGIÃO

Jallaludin Rumi, um dos maiores poetas místicos de todos os tempos, fala da religião de uma maneira eloqüente: ”A única mesquita verdadeira é construída no coração dos santos". As mesquitas formais têm o seu papel para evocar a devoção, a adoração a Deus, mas a única mesquita verdadeira está dentro de cada um de nós. Talvez este seja o mesmo simbolismo do altar dentro da tradição cristã - o altar representa aquilo que de mais elevado há e é lá que se deve dar a devoção, a auto-entrega.

Numa outra passagem de Rumi ele diz: ”A única ocupação da religião é o espanto." Nós paramos de espantar-nos, de nos maravilharmos com a vida. A única ocupação da religião é fazer-nos chegar a contemplar a profundidade insondável do mistério que nos cerca. Qualquer indivíduo com algum grau de sensibilidade e que pensa por si mesmo não pode deixar de sentir-se tocado por estes textos, estes ensinamentos. E por quê? Provavelmente porque eles mostram, com grande clareza e eloqüência, que a essência da religião é uma experiência do divino como uma Realidade Una não divisível, que é o todo não criado e não fragmentado de toda a existência.

Excerto do artigo "Religião como Experiência", de Pedro R. M. Oliveira, publicado originalmente na Revista TheoSophia, julho/agosto/setembro 2007, p. 47.

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