quarta-feira, 7 de março de 2012

A corrente

Discussão entre J. Krishnamurti, Alain Naudé e Mary Zimbalist, em 4 de janeiro de 1972, no dia seguinte àquele em que Krishnamurti e Sidney Field, um velho amigo, se encontraram para falar da recente morte do irmão deste.

K - No outro dia, Sidney Field veio ver-me. Seu irmão John havia falecido recentemente. Ele desejava saber se o irmão vivia em outro nível de consciência; se havia uma entidade John que devesse nascer numa próxima vida; se eu acreditava em reencarnação e o que significava ela. Eram muitas as perguntas. Ele estava sofrendo porque amava o irmão. Dessa conversa surgiram duas coisas: primeira - haverá um ego permanente? Se há, então qual será sua relação com o presente e com o futuro - sendo o futuro uma próxima vida ou daqui a dez anos? Caso se admita, aceite ou afirme que há um ego permanente, então a reencarnação ...


N - ... é inevitável.


K - Não. Não diria que é inevitável, mas, possível, pois, para mim, o ego permanente (se é que é permanente) pode mudar no espaço de dez anos. Em dez anos, ele pode encarnar mudado.


N - Em todas as escrituras indianas lemos isso. Soubemos de casos de crianças que se lembram da vida passada; de uma garotinha que disse: "Que é que eu estou fazendo aqui? Minha casa fica em outra vila. Sou casada com Fulano. Tenho três filhos." Creio que muitos desses casos foram verificados.


K - Não sei. Portanto a coisa é essa. Se não há qualquer entidade permanente, o que é reencarnação? Ambas as coisas implicam tempo; ambas implicam movimento no espaço - espaço como meio-ambiente, relação, compulsão - tudo dentro do espaço-tempo.


N - No tempo e nas circunstâncias do tempo.


K - E isso significa cultura, etc.


N - Dentro de uma estrutura social.


K - Haverá, portanto, um eu permanente? Claro que não. Mas Sidney afirmou: "Então, por que é que eu sinto que John está comigo? Quando entro no quarto, sei que ele está lá. Eu não estou ficando doido. Não estou imaginando nada. Eu o sinto como sinto minha irmã que esteve ontem naquele quarto. isso é evidente.”


N - Por que diz "claro que não"? Pode explicar?


K - Espere aí. Ele disse: "Meu irmão está lá." Eu respondi: "Claro que sim. Antes de mais nada, porque o senhor projeta as associações e recordações que tem de John. Essa projeção é a sua própria memória.” [continua]


Para ler o texto na íntegra, acesse http://www.lojajinarajadasa.com

Texto selecionado pelo irmão Felipe Machado para estudo em Loja realizado em 6 de março de 2012.

"Nenhum Teósofo, do menos instruído ao mais culto, deve pretender a infalibilidade no que possa dizer ou escrever sobre questões ocultas" (Helena P. Blavatsky, DS, I, pg. 208). A esse propósito, o Conselho Mundial da Sociedade Teosófica é incisivo: "Nenhum escritor ou instrutor, a partir de H.P. Blavatsky tem qualquer autoridade para impor seus ensinamentos ou suas opiniões sobre os associados. Cada membro tem igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não tem o direito de forçar qualquer outro membro a tal escolha" (Trecho da Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica em 23.12.1924 e modificada em 25.12.1996.

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