Huang Po

Sobre a natureza da mente e a natureza de Buda

“Todos os Budas e todos os seres comuns nada mais são que a mente una. Essa mente é sem princípio e sem fim, não nascida, indestrutível. Ela não tem cor ou forma; nem existe, nem não existe; não é velha, nem é nova; não é extensa, nem é curta; não é grande nem é pequena; uma vez que transcende todas as medidas, limites, nomes e comparações. Ela é o que você vê à sua frente.

Comece a pensar sobre ela e imediatamente você se engana. Ela é como o vazio sem limites, que não pode ser sondado ou medido. A mente una é o Buda, e não há nenhuma distinção entre o Buda e os seres ordinários, exceto que os seres ordinários são apegados às formas e assim procuram o estado de Buda no exterior. E nessa procura eles se extraviam, pois que usam o Buda para buscar o Buda, usam a mente para buscar a mente. Mesmo que continuem por um milhão de eras, nunca serão capazes de encontrar o Buda. Eles não sabem que tudo o que têm a fazer é colocar um fim ao pensamento conceitual, e o Buda irá aparecer diante deles, porque essa mente é o Buda e o Buda é todos os seres vivos. Essa mente não é menos importante, por estar manifestada em coisas ordinárias; nem mais importante por estar manifestada nos Budas.”

Fonte: The Enlightened Mind – An Anthology of Sacred Prose, de Stephen Mitchell, Harper Perennial, 1991.


Outras citações de Huang Po:

• “Despertar rápido para o fato de que a sua própria mente é o Buda, de que não há nada a ser alcançado ou uma única ação a ser executada - este é o Caminho Supremo.” 
• “Se ao menos você se livrasse dos conceitos de ordinário e iluminado, você descobriria que não há outro Buda senão o Buda da sua própria mente. O surgimento e a eliminação da ilusão são ambos ilusórios. A ilusão não é algo enraizado na Realidade; ela existe por causa do seu pensamento dualista. Se ao menos você não se deixar levar por conceitos opostos, como 'comum' e 'iluminado', a ilusão cessará por si mesma.” 
• "Estudar o Caminho é apenas uma figura de linguagem. [...] Na verdade, o Caminho não é algo que pode ser estudado. Você não deve permitir que este nome [Caminho] faça você formar um conceito mental de estrada.”

Texto selecionado para estudo em Loja realizado em  24.02.15.

"Nenhum Teósofo, do menos instruído ao mais culto, deve pretender a infalibilidade no que possa dizer ou escrever sobre questões ocultas" (Helena P. Blavatsky, DS, I, pg. 208). A esse propósito, o Conselho Mundial da Sociedade Teosófica é incisivo: "Nenhum escritor ou instrutor, a partir de H.P. Blavatsky tem qualquer autoridade para impor seus ensinamentos ou suas opiniões sobre os associados. Cada membro tem igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não tem o direito de forçar qualquer outro membro a tal escolha" (Trecho da Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica em 23.12.1924 e modificada em 25.12.1996.