J. Krishnamurti, o maior filósofo e mestre espiritual indiano, proferiu palestras e trabalhou quase continuamente por todo o mundo durante mais de 50 anos, tentando transmitir por meio das palavras - que representam o conteúdo - o que está além delas, além do conteúdo. Numa de suas apresentações, já no final da vida, ele surpreendeu o público perguntando: "Vocês querem conhecer meu segredo?"
Todos os presentes ficaram atentos. Muitas pessoas na platéia vinham acompanhando suas palestras ao longo de 20 ou 30 anos e ainda não haviam conseguido captar a essência do seu ensinamento. Por fim, depois de todos aqueles anos, o mestre lhes daria a chave para a compreensão: "Este é o meu segredo: eu não me importo com o que acontece", disse ele.
Como ele não explicou mais nada, desconfio de que a maior parte do seu público ficou ainda mais perplexa do que antes. As implicações dessa simples afirmação, entretanto, eram profundas.
O que está implícito quando dizemos que não nos importamos com o que acontece? Simplesmente que, no nosso interior, estamos alinhados com o que acontece. "O que acontece" refere-se, é claro, à especificidade do momento, que sempre é como é. Trata-se de uma menção ao conteúdo, à forma que esse momento assume. Estarmos alinhados com o que é significa estarmos numa relação de não-resistência interna com os acontecimentos. Isso corresponde a não rotular essa realidade mentalmente como boa nem má, e sim deixá-la ser o que é. Isso quer dizer que não podemos mais agir para provocar mudanças na nossa vida? Ao contrário. Quando a base para nossas ações é o alinhamento interior com o momento presente, elas se tornam fortalecidas pela inteligência da Vida em si.
Texto selecionado para estudo em Loja realizado em 16.06.15, extraído do livro "O Despertar de Uma Nova Consciência", de Eckhart Tolle, p. 131, Ed. Sextante.
"Nenhum Teósofo, do menos instruído ao mais culto, deve pretender a infalibilidade no que possa dizer ou escrever sobre questões ocultas" (Helena P. Blavatsky, DS, I, pg. 208). A esse propósito, o Conselho Mundial da Sociedade Teosófica é incisivo: "Nenhum escritor ou instrutor, a partir de H.P. Blavatsky tem qualquer autoridade para impor seus ensinamentos ou suas opiniões sobre os associados. Cada membro tem igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não tem o direito de forçar qualquer outro membro a tal escolha" (Trecho da Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica em 23.12.1924 e modificada em 25.12.1996.
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