quarta-feira, 27 de abril de 2011

O Sutra do Coração


O Sutra do Coração faz parte da literatura da Perfeição da Sabedoria, composta por textos Mahayana (“Grande Veículo”), que constituem a parte essencial do “segundo giro da roda do Dharma”. Os ensinamentos do Mahayana estão enraizados nos sermões que o Buda proferiu no Pico do Abutre. Nesse sentido, enquanto os ensinamentos do primeiro giro enfatizam o sofrimento e sua cessação, os ensinamentos do segundo giro enfatizam a vacuidade.

A Mãe Abençoada, o Coração da Perfeição da Sabedoria.
Em sânscrito: Bhagavati Prajna Paramita Hridaya


FOI ASSIM QUE CERTA VEZ EU OUVI:

O Abençoado estava em Rajagriha, no Pico do Abutre, junto com uma grande comunidade de monges e de bodhisattvas, e, naquela ocasião, o Abençoado entrou em absorção meditativa sobre a variedade de fenômenos chamada aparência do profundo. Naquele momento também, o nobre Avalokiteshvara, o bodhisattva, o grande ser, contemplou claramente a prática da profunda perfeição da sabedoria e viu que até mesmo os cinco agregados são vazios de existência intrínseca.

Então, por meio da inspiração do Buda, o venerável Shariputra falou ao nobre Avalokiteshvara, o bodhisattva, o grande ser: "Como deve treinar qualquer nobre filho ou nobre filha que deseja se empenhar na profunda perfeição da sabedoria?"


Quando isso foi dito, o sagrado Avalokiteshvara, o bodhisattva, o grande ser, respondeu ao venerável Shariputra: "Shariputra, qualquer nobre filho ou nobre filha que deseje se empenhar na prática da profunda perfeição da sabedoria deve ver claramente dessa maneira: deve perceber perfeitamente que até os cinco agregados são vazios de existência intrínseca. Forma é vacuidade, vacuidade é forma; vacuidade não é outra coisa senão forma; forma também não é outra coisa senão vacuidade. Da mesma maneira, sensações, percepções, formações mentais e consciência são vazias.

Portanto, Shariputra, todos os fenômenos são vacuidade; não têm características definidas; não nascem, não cessam; não são puros, não são impuros; não são incompletos, e não são completos.

"Portanto, Shariputra, na vacuidade não existe forma, sensações, percepções, formações mentais e consciência. Não existe olho, ouvido, nariz, língua, corpo e mente. Não existe forma, som, odor, sabor, textura e objetos mentais. Não existe elemento da visão, e assim por diante até o elemento da mente, inclusive o elemento da consciência mental. Não existe ignorância, não existe extinção da ignorância, e assim por diante até o envelhecimento e a morte e a extinção do nascimento e da morte. Do mesmo modo, não existe sofrimento, origem, cessação ou caminho; não existe sabedoria, obtenção, nem mesmo não-obtenção.

"Dessa maneira, Shariputra, uma vez que os bodhisattvas não têm nada a obter, eles confiam nessa perfeição da sabedoria, e nela permanecem. Não tendo obscurecimento em suas mentes, eles não têm medo e, por irem completamente além do erro, alcançarão o nirvana final. Todos os budas dos três tempos também obtiveram o pleno despertar da iluminação insuperável e perfeita ao confiar nessa profunda perfeição da sabedoria.
"Assim, deve-se saber que o mantra da perfeição da sabedoria - o mantra do grande conhecimento, o mantra insuperável, o mantra igual ao inigualável, o mantra que subjuga todo o sofrimento - é verdadeiro por¬que não é enganoso. O mantra da perfeição da sabedoria é proclamado:

tadyatha gate gate paragate parasamgate bodhi svaha!

Shariputra, os bodhisattvas, os grandes seres, devem treinar na perfeição da sabedoria dessa forma."

A seguir, o Abençoado saiu daquela absorção meditativa e elogiou o sagrado Avalokiteshvara, o bodhisattva, o grande ser, dizendo: "Excelente! Excelente! Oh, nobre filho, é exatamente isso; é exatamente assim que deve ser. Deve-se praticar a profunda perfeição da sabedoria exatamente como você revelou, pois até os tathagatas se regozijam."

Quando o Abençoado proferiu essas palavras, o venerável Shariputra, o sagrado Avalokiteshvara, o bodhisattva, o grande ser, junto com toda a assembléia, incluindo os mundos dos deuses, humanos, asuras e gandhatvas, todos se regozijaram e saudaram o que o Abençoado havia dito.

Texto selecionado pela irmã Lucinéa Silva para estudo em Loja realizado em 26 de abril de 2011.

"Nenhum Teósofo, do menos instruído ao mais culto, deve pretender a infalibilidade no que possa dizer ou escrever sobre questões ocultas" (Helena P. Blavatsky, DS, I, pg. 208). A esse propósito, o Conselho Mundial da Sociedade Teosófica é incisivo: "Nenhum escritor ou instrutor, a partir de H.P. Blavatsky tem qualquer autoridade para impor seus ensinamentos ou suas opiniões sobre os associados. Cada membro tem igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não tem o direito de forçar qualquer outro membro a tal escolha" (Trecho da Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica em 23.12.1924 e modificada em 25.12.1996.

Nenhum comentário: