Devemos compreender esses sentimentos e sensações que continuamente surgem e desaparecem no corpo e na mente, e ver que na verdade eles são o principal fator que mantém a mente se agitando em sua busca insaciável por gratificações sensuais. É como um macaco balançando nas árvores de uma floresta, segurando um galho depois do outro conforme se move rapidamente. Assim os seres vivos continuamente agarram sensações e sentimentos que surgem devido à delusão e ao apego.
O corpo é como uma vaca esfolada: aonde quer que ela vá, estará sujeita a ataques constantes de insetos e outras criaturas que vivam nas redondezas, assim como o homem está exposto, indefeso, à constante excitação e irritação da influência sensorial invadindo-o por todos os lados, por todos os sentidos.
Devemos desenvolver uma atitude de desapego e equanimidade em relação a essas sensações, sabendo que elas são impermanentes, mudam constantemente, têm origem condicionada e não têm uma essência substancial fundamental. Elas não nos pertencem e são a fonte de quase toda frustração, confusão e tristeza. Não podemos ter sensações agradáveis de acordo com a nossa vontade e estamos sujeitos a sensações desagradáveis que também escapam ao nosso controle. Se treinarmos a mente para se manter equânime quando as sensações surgirem, sem desejá-las ou evitá-las, poderemos então nos libertar da sua influência escravizadora.
O terceiro agregado do apego é sañña-khandha e consiste na percepção ou reconhecimento de objetos visíveis, sons, cheiros, sabores, impressões corpóreas e objetos mentais. A percepção é a marca ou característica de algo ou a memória de um objeto – como normalmente é representado ou identificado. Essas percepções também são reações condicionadas e automatizadas, que surgem graças ao contato sensorial, da mesma forma que surgem os sentimentos e sensações. Portanto, o que se sente é o que se percebe. Mas também nos apegamos a essas percepções como se fossem absolutamente reais, identificando-nos com elas e formando em relação a elas gosto e aversão, amor e ódio.
O quarto agregado do apego é sankhāra-khandha e consiste nas formações mentais e tendências latentes que a mente cria e com as quais se envolve em relação a objetos com que entrou em contato. Novamente, essas atividades mentais são reações condicionadas e automatizadas que a mente produz espontaneamente e incluem as volições recém-formadas, bem como outras atividades da mente. Esses sankhāra são o resultado das ações (kamma) passadas de corpo, fala e pensamento, e nelas estão baseados nossos pensamentos e ações futuras. Eles são na verdade o material da mente a que estão condicionadas todas as atividades mentais e ações corpóreas correspondentes, que se tornam hábitos.
Extraído de Superando a Ilusão do Eu - Guia de Meditação Vipassana, de Yogavacara Rahula Bhikkhu, Ed. Casa de Dharma, Rio de Janeiro, texto selecionado pela irmã Dafne Pinto para estudo em Loja em 5 de julho de 2011.
"Nenhum Teósofo, do menos instruído ao mais culto, deve pretender a infalibilidade no que possa dizer ou escrever sobre questões ocultas" (Helena P. Blavatsky, DS, I, pg. 208). A esse propósito, o Conselho Mundial da Sociedade Teosófica é incisivo: "Nenhum escritor ou instrutor, a partir de H.P. Blavatsky tem qualquer autoridade para impor seus ensinamentos ou suas opiniões sobre os associados. Cada membro tem igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não tem o direito de forçar qualquer outro membro a tal escolha" (Trecho da Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica em 23.12.1924 e modificada em 25.12.1996.
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