TRANSCRIÇÃO PARCIAL
[...] Então, como um contraste, os egos valorizam coisas como competição, ser compreendido, ser amado. Alguns egos valorizam o ter controle. Alguns egos valorizam se tornarem vítimas. Alguns egos valorizam vitimizar... Alguns egos valorizam o julgamento e a condenação. Por fim, o que o ego valoriza não é outra coisa senão a separação. Todos os valores egóicos são valores baseados na separação e na continuidade da separação. Mas os valores vindos do despertar são um tanto diferentes. Os valores do despertar são inerentes ao espírito consciente. Estão lá para serem encontrados, descobertos. Esses valores estão como que carregados da verdade. A verdade é um grande valor que está no espírito consciente. Ser "em verdade". Ser a verdade.
A unidade é algo
que o ponto de vista desperto considera valioso, porque a unidade é a
verdade. A verdade é que, em última
instância, existe apenas o um. Toda essa diversidade que a gente vê - e existe uma grande
diversidade e uma grande individualidade -, no fundo, a essência de tudo isso é
espírito consciente. Espírito consciente
é aquilo que tudo é. Espírito é o que
tudo é, espírito é o que se expressa a si mesmo.
Quando você olha à
sua volta, o que você realmente vê são expressões do espírito inefável. É isso
o que você vê. Não importa o que você vê, não importa. O que você experiencia é, na verdade, a
manifestação do espírito. E o espírito é uno. Não há nada em expressão que não
seja a manifestação do espírito. Pode
ser consciente, pode estar muito inconsciente, mas de qualquer forma é a
expressão do espírito.
Então, o espírito
desperto, o espírito consciente, valoriza esta unidade, valoriza o uno,
valoriza a liberdade. A liberdade é. O espírito consciente é livre. Então, ele valoriza a liberdade. E não apenas
para si mesmo, mas para todos os seres, para todos. O espírito consciente valoriza a paz, a
gratidão, o amor. Esses são alguns dos valores inerentes à verdade do nosso
ser. Essa é, realmente, a grande boa nova da espiritualidade.
A grande novidade
é que na essência de quem e do que nós somos, há uma bondade profunda e fundamental,
não a bondade que nos foi ensinada, não uma bondade moral que supõe uma maldade
moral, mas algo mais profundo, uma bondade que é inerente àquilo que somos, o
que não significa que quando você desperta para você mesmo como espírito
consciente, você se torna um tipo de santo, porque todas essas ideias que temos
sobre o despertar, na verdade, estão distorcidas em relação àquilo que
realmente é.
Então, temos que
nos desfazer não apenas das ideias sobre nós mesmos, mas, também, de todas as
ideias sobre realização espiritual, iluminação, despertar espiritual, devemos
deixar tudo isso pra lá. Só então poderemos
descobrir o que é a verdade, descobrir a realidade daquilo que somos. [...]
"Nenhum Teósofo, do menos instruído ao mais culto, deve pretender a infalibilidade no que possa dizer ou escrever sobre questões ocultas" (Helena P. Blavatsky, DS, I, pg. 208). A esse propósito, o Conselho Mundial da Sociedade Teosófica é incisivo: "Nenhum escritor ou instrutor, a partir de H.P. Blavatsky tem qualquer autoridade para impor seus ensinamentos ou suas opiniões sobre os associados. Cada membro tem igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não tem o direito de forçar qualquer outro membro a tal escolha" (Trecho da Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica em 23.12.1924 e modificada em 25.12.1996.
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