É possível formular em palavras algo que é indefinível, indescritível e totalmente além da compreensão humana?
Advaita é a revelação de que tudo - você, eu, o mundo em torno de nós e além - é uma manifestação do Self, o Divino, o Todo, o Uno. Essa verdade está além do pensamento, percepção e linguagem - é o que nos permite pensar, perceber e falar.
Advaita Vedanta é uma filosofia que foi sistematizada na Índia por volta do século VIII da era comum por alguém chamado Adi Shankara. Na verdade, a essência do ensinamento já estava por aí a muito mais tempo, baseando-se no material contido nos Upanishads. Os Upanishads são uma parte dos textos sagrados indianos chamados Vedas, escritos em torno de 1500 antes da e.c., embora seja dito que eles existiam na forma falada muito antes disso. (Algumas evidências sugerem que podem ter sido anterior a 6000 a.e.c., com o alfabeto sânscrito escrito - Devanagari - em uso em 3000 a.e.c. na Índia oriental). Os Vedas consistem principalmente de hinos e rituais relativos aos vários deuses do que veio a ser o religião hindu. Os Upanishads são encontrados principalmente nas seções finais dos Vedas, que são também chamados Vedanta (ou seja, final ou ponto culminante dos vedas). Eles resumem a filosofia subjacente a estas práticas e é a partir deles que a Advaita deriva. É uma filosofia não-dual, significando que, na realidade, não existem dois. Este é o significado literal da palavra "Advaita" - a significando "não", e dvaita "dois".
A advaita tradicional tira sua autoridade essencialmente dos Upanishads, do Vedanta Sutra, do Bhagavad Gita, bem como do grande mestre indiano Shankara. Ela postula que há um "caminho", embora só na aparência, que devemos seguir e que nos ajuda a conhecer a essência de nosso verdadeiro eu, para realizar o Ser dentro de nós.
Atualmente, surgiu no ocidente o que é denominado por alguns Neo Advaita, que diz que não há caminho, pois você já é o que você procura. Você é AQUILO.
Qual é a correta? A resposta é que depende. A Advaita tradicional está correta em abordar o buscador ainda aprisionado na ilusão de seu próprio ego. No entanto, ele pode ficar atolado com as complicadas teorias Hindus e enredado em uma antiquada hierarquia de guru. A Neo Advaita está correta na medida em que ignora tudo isso, simplesmente abordando o Self. No entanto, nenhuma concessão é feita para aquele que busca, cambaleando através da fenomenalidade, ainda acreditando que é ele ou ela quem faz.
Uma outra abordagem, o chamado Caminho Direto, tem ganhado terreno recentemente. Destilada pelos grandes mestres indianos Ramana, Nisargadatta e Atmananda, ela leva ao reconhecimento de que já somos o Self como seu ponto de partida e ainda sugere "técnicas" simples, como o uso da lógica rigorosa, para ajudar a desconstruir a ignorância que obscurece nossa divindade inata. Atualmente ela encontra expressão através de professores tais como Greg Goode e Francis Lucille. Para muitos, o caminho direto também se tornou o meio mais acessível para a auto recordação e é um equilíbrio a meio caminho entre os extremos tradicionais e neo-Advaita.
Texto selecionado para estudo em Loja em 26.05.15
"Nenhum Teósofo, do menos instruído ao mais culto, deve pretender a infalibilidade no que possa dizer ou escrever sobre questões ocultas" (Helena P. Blavatsky, DS, I, pg. 208). A esse propósito, o Conselho Mundial da Sociedade Teosófica é incisivo: "Nenhum escritor ou instrutor, a partir de H.P. Blavatsky tem qualquer autoridade para impor seus ensinamentos ou suas opiniões sobre os associados. Cada membro tem igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não tem o direito de forçar qualquer outro membro a tal escolha" (Trecho da Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica em 23.12.1924 e modificada em 25.12.1996.
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