sexta-feira, 13 de junho de 2014

O Não Nascido

Mestre zen Bankei (1622-1693) 

Quando o mestre subiu ao assento do Dharma, falou para o público de sacerdotes e leigos:

“Eu ainda era jovem quando descobri o princípio Não Nascido e sua relação com o pensamento. O que chamamos de "pensamento" é algo que já caiu a uma ou mais distância da realidade viva do Não Nascido. Se vocês, sacerdotes, simplesmente vivessem no Não Nascido, não haveria nada para eu falar, e vocês não estariam aqui me ouvindo.

Nem um único de vocês nesta reunião é não iluminado. Nesse instante, estão todos sentados diante de mim como Buddhas. Cada um de vocês recebeu a mente de Buddha de sua mãe quando nasceu, e nada mais. Esta mente de Budhda herdada é, além de qualquer dúvida, não nascida, com uma sabedoria iluminadora maravilhosamente brilhante. No Não Nascido, todas as coisas são perfeitamente resolvidas. Posso lhe dar prova disso. Enquanto você está de frente para mim ouvido-me falar, se um corvo grasnou ou um pardal piava, ou algum outro som ocorreu atrás de você, você não teria nenhuma dificuldade em saber que era um corvo ou um pardal, ou qualquer outra coisa, mesmo sem dar um pensamento para ouví-lo, porque você estava ouvindo por meio do Não Nascido.

Se alguém confirma que esta sabedoria não nascida e iluminadora é, de fato, a mente de Buddha e imediatamente vive, como já está, na mente de Buddha, torna-se, nesse momento, um Tathagata vivo, e continua sendo um por kalpas infinitos no futuro. Uma vez que tenha confirmado, ele vive a partir de então na mente de todos os Buddhas.

Enquanto você está voltado para mim me ouvindo, se um pardal piar atrás de você, você não vai confundi-lo com um corvo; não vai confundir o som de um sino com o de um tambor, ou ouvir a voz de um homem e tomá-la pela de uma mulher. Você ouve e distingue os diferentes sons, sem errar, em virtude do trabalho maravilhoso da sabedoria iluminadora. Esta é a prova de que a mente de Buddha é não nascida e maravilhosamente iluminadora.

Quando as pessoas estão firmemente convencidas de que a mente de Buddha é Não Nascida e vivem nela, elas são Buddhas e Tathagatas vivos a partir de então. "Buddha", também, é apenas um nome, surgido após o fato. Quando você diz " Buddha", já está a duas ou mais distância do lugar do Não Nascido. Um homem do Não Nascido é aquele que habita na fonte de todos os Buddhas. O Não nascido é a origem e o começo de tudo. Não há nenhuma fonte separada do Não Nascido e nenhum começo que seja antes do Não Nascido. Assim sendo, Não Nascido significa morar na própria fonte de todos os Buddhas.

Quando você é não nascido, está na origem de todas as coisas. A mente búdica não nascida é onde todos os Buddhas do passado atingiram sua realização e onde todos os futuros Buddhas alcançarão a deles. Embora estejamos agora nos últimos dias do Dharma, se uma única pessoa vive no Não Nascido, o Dharma correto floresce no mundo. Não há nenhuma dúvida sobre isso.

Ao confirmar a si mesmo no Não Nascido, você adquire a habilidade de ver a partir do local dessa confirmação diretamente o coração dos outros. Aí, nesse lugar de confirmação, o Dharma do Buddha é plenamente alcançado. Uma vez que abre o olho que pode ver os outros como são, você pode considerar-se como tendo plenamente alcançado o Dharma, porque onde quer que você esteja se torna um lugar de realização total. Quando chegar a esse lugar, não importa quem você é, você é o verdadeiro sucessor de meu Dharma”.

Texto selecionado para estudo em Loja realizado em 10 de junho de 2014.

"Nenhum Teósofo, do menos instruído ao mais culto, deve pretender a infalibilidade no que possa dizer ou escrever sobre questões ocultas" (Helena P. Blavatsky, DS, I, pg. 208). A esse propósito, o Conselho Mundial da Sociedade Teosófica é incisivo: "Nenhum escritor ou instrutor, a partir de H.P. Blavatsky tem qualquer autoridade para impor seus ensinamentos ou suas opiniões sobre os associados. Cada membro tem igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não tem o direito de forçar qualquer outro membro a tal escolha" (Trecho da Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica em 23.12.1924 e modificada em 25.12.1996.

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