[1] Há algo que, enquanto for deixado no desconhecimento,
Resulta nos três planos do círculo vicioso desta vida.
Além de toda dúvida, ele permanece em cada ser.
Ao dharmadhatu [o espaço básico dos fenômenos], eu devotadamente me
curvo.
[2] Quando aquilo que forma a causa para todo o samsara
É purificado ao longo dos estágios do caminho,
Esta pureza em si é o nirvana;
Precisamente isto, o dharmakaya, também [é o nirvana].
[3] Assim como a manteiga que, apesar de inerente no leite,
Está misturada com ele e, portanto, não aparece,
Assim também o dharmadhatu não é visto
Enquanto estiver misturado com as aflições.
[8] O dharmadhatu nunca nasceu
Nem nunca cessará.
Em todos os tempos, é livre de todas as aflições;
No início, no meio e no fim, [o dharmadhatu é] livre da mácula.
[12] Assim como os grãos não são considerados como sendo arroz
Enquanto estiverem envolidos em suas cascas,
Assim também o nome "buddha" não é dado
A todos aqueles cujas aflições ainda os envolvem.
[15] Assim como as bananeiras, o samsara não tem medula
E se os seres puderem remover a casca da aflição,
O fruto interior é o estado búdico em si,
O néctar para todos os seres corpóreos saborearem.
[23] Assim como a água nas profundezas da terra
Repousa intocada e perfeitamente clara,
Assim também o estado desperto primordial pode descansar dentro da
aflição
E permanecer completamente livre de qualquer falha.
[24] O dharmadhatu não é o "eu",
Não é homem nem mulher;
E estando além de tudo perceptível,
Então como poderia ser pensado como sendo si mesmo?
[26] "Impermanente", "sofrimento" e
"vazio":
Três designações purificando a mente;
Mas o que transforma a mente até o seu máximo
É o ensinamento de que nada tem qualquer natureza própria.
[39] Quando o som e o ouvido assumem sua relação correta,
Ocorre uma consciência livre de pensamento.
Estes três são em essência o dharmadhatu, livres de outras
características,
Mas tornam-se o "ouvir" quando pensados conceitualmente.
[43] Os fenômenos que aparecem à consciência mental, a chefe de todas
elas,
São conceitualizados e então superimpostos.
Quando esta atividade é abandonada, a ausência de auto essência dos
fenômenos é conhecida. Sabendo disto, medite sobre o dharmadhatu.
[46] Veja como a mente tem dois aspectos:
Pode ser mundana, pode transcender o mundo.
Do apego a um "eu", vem o samsara.
Quando há autoestado-desperto, há tathata (talidade).
[49] A iluminação não está próxima nem distante.
Ela não vai nem vem até você.
Bem lá, dentro da gaiola de suas aflições,
Ou você a verá, ou não a verá.
[64] Enquanto "eu" e "meu" forem considerados
existentes,
O exterior é imaginado assim também;
Quando ambas as formas de não eu [da personalidade e dos fenômenos] são
vistas,
A semente da existência é destruída;
[67] Através da diligência em todos os ensinamentos
E da imersão da mente na concentração meditativa,
Através da confiança na sabedoria,
A iluminação vai crescer e florescer.
[80] Uma vez que a armadilha das aflições seja rasgada em pedaços,
Uma sabedoria perfeita irradia e com sua luz
Purifica toda escuridão passada em todos os limites,
Removendo-a, e por isso "ilumina".
[90] Completamente além da estaca da fala
E não um agarramento dos poderes dos sentidos,
Realizá-lo leva ao estado desperto da mente.
Curvo-me em louvor a tudo que você abraça.
[92] Assim que a mente tenha sido completamente limpa,
Que o confinamento engaiolado do samsara tenha sido completamente
quebrado,
Estes então assumirão seu lugar correto
Sobre um maravilhoso assento de flor de lótus;
[100] A essência dos seres sencientes, livre de substância,
É a esfera que é encontrada neste plano.
Ver isto é a bodhichitta real,
O dharmakaya livre de toda falha.
[101] Quando o dharmakaya é visto em toda a sua pureza,
Isto é transformação, o mar de sabedoria,
E de suas profundezas uma riqueza de jóias preciosas
Realiza as necessidades dos seres conforme sempre desejaram.
Em Louvor ao Dharmadhatu, composto pelo grande Acharya Nagarjuna. Em
cooperação com o khenpo indiano Krishna Pandita, ele foi traduzido [do
sânscrito para o tibetano] por Lotsawa Tsültrim Gyalwa.
Texto selecionado para estudo em Loja realizado em 10 de junho de 2014.
"Nenhum Teósofo, do menos instruído ao mais culto, deve pretender a infalibilidade no que possa dizer ou escrever sobre questões ocultas" (Helena P. Blavatsky, DS, I, pg. 208). A esse propósito, o Conselho Mundial da Sociedade Teosófica é incisivo: "Nenhum escritor ou instrutor, a partir de H.P. Blavatsky tem qualquer autoridade para impor seus ensinamentos ou suas opiniões sobre os associados. Cada membro tem igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não tem o direito de forçar qualquer outro membro a tal escolha" (Trecho da Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica em 23.12.1924 e modificada em 25.12.1996.
Texto selecionado para estudo em Loja realizado em 10 de junho de 2014.
"Nenhum Teósofo, do menos instruído ao mais culto, deve pretender a infalibilidade no que possa dizer ou escrever sobre questões ocultas" (Helena P. Blavatsky, DS, I, pg. 208). A esse propósito, o Conselho Mundial da Sociedade Teosófica é incisivo: "Nenhum escritor ou instrutor, a partir de H.P. Blavatsky tem qualquer autoridade para impor seus ensinamentos ou suas opiniões sobre os associados. Cada membro tem igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não tem o direito de forçar qualquer outro membro a tal escolha" (Trecho da Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica em 23.12.1924 e modificada em 25.12.1996.
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