quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Por que não lembramos de nossas vidas passadas? (1)

P: Você me deu uma visão geral sobre os sete princípios; agora, poderia explicar como eles contribuem para a nossa completa perda de qualquer recordação relativa a termos vivido antes?

T: Muito facilmente. Assim como aqueles “princípios” que chamamos físicos e nenhum dos quais é negado pela ciência, embora seja os chame por outros nomes, se desintegram depois da morte com seus elementos constituintes, também a memória, juntamente com seu cérebro (essa memória desvanecida, de uma personalidade que desapareceu), não pode se lembrar nem registrar coisa alguma na encarnação subseqüente do Ego. Reencarnação significa que este Ego será dotado de um novo corpo, um novo cérebro e uma nova memória. Portanto, seria tão absurdo esperar que esta nova memória se lembrasse daquilo que nunca registrou quanto seria inútil examinar sob um microscópio uma camisa de um assassino em busca de manchas de sangue, se não era essa a roupa que ele vestia na ocasião do crime. Não é a camisa limpa que temos de examinar, mas as roupas que ele usava na ocasião do crime; e se estas foram queimadas e destruídas, como você pode ter acesso a elas?

P: Ah! Como você pode obter a certeza de que o crime foi de fato cometido, ou que o “homem da camisa limpa” viveu anteriormente?

T: Não através de processos físicos, seguramente; nem confiando no testemunho daquilo que não existe mais. Mas há uma coisa chamada evidência circunstancial, desde que nossas sábias leis a aceitam – até mais, talvez, do que deveriam. Para convencer-se do fato da reencarnação e das vidas passadas, uma pessoa tem de colocar-se em sintonia com seu Ego real e permanente, e não com sua memória evanescente.

P: Mas como as pessoas podem acreditar em algo que não conhecem e nunca viram, e muito menos colocar-se em sintonia com ele?

R: Se algumas pessoas, e as mais instruídas, acreditam na gravidade, no éter, na força, e tantas outras coisas da ciência, abstrações e “hipóteses de trabalho” que nunca viram, tocaram, cheiraram, ouviram nem provaram – por que não deveriam outras pessoas acreditar, partindo dos mesmos princípios, no próprio Ego permanente, uma “hipótese de trabalho” muito mais lógica e importante do que qualquer outra?

BLAVATSKY, Helena. A Chave para a Teosofia, pp. 118-119, Ed. Teosófica: Brasília, 1991.

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