terça-feira, 23 de novembro de 2010

Armadilhas espirituais

Na terminologia Dzogchen, o que quer que se manifeste surge como exibição de rigpa, e isso é indubitável. Assim, o agente responsável por tudo isso - bem como o espaço e a base para tudo - é o estado único de clara luz. Tudo, de fato, é exibição ou aparato da clara luz, e a abordagem conceitual dos Prasangikas também pareceria preparar para esse entendimento extraordinário.

Tais experiências de clara luz surgem e, quando o fazem, você fica sem medo algum de cair dentro do samsara; fica sem esperança alguma de atingir o nirvana; fica sem qualquer esperança ou medo que seja. Todas as experiências e todas as sensações, sejam boas ou más, karma, seus resultados, nascimento, morte e mudança: tudo manifesta-se como a exibição mágica da clara luz. [...]

Existe mais um ponto do comentário de O Tesouro de Dharmadhatu a ser tratado. Quando surgem experiências como essa, também existem armadilhas espirituais, consideradas "os maiores modos de limitar rigpa". Existem incontáveis variações dessas armadilhas espirituais, mas Longchen Rabjam resume-as em um grupo de dez. São elas:

1. A armadilha de ficar limitado por conceitos.
2. A armadilha de ficar limitado em estados não-conceituais.
3. A armadilha de ficar preso em esforço.
4. A armadilha de se agarrar às aparências como verdadeiras.
5. A armadilha de buscar a verdade absoluta em algum outro lugar.
6. A armadilha de se agarrar a formas vazias como se tivessem características.
7. A armadilha da visão da vacuidade que perde de vista a verdadeira natureza.
8. A armadilha de tagarelar a esmo sobre sua "realização" do Dzogchen.
9. A armadilha da "meditação" sobre "vazio", tão fútil quanto jogar uma pedra às cegas.
10. A armadilha do sofrimento continuado porque você está perdendo os pontos-chave.

Existem outros tópicos, mas essa breve explicação cobre o que sei sobre Dzogchen.

Extraído de Dzogchen, A Essência do Coração da Grande Perfeição, Sua Santidade O Dalai Lama, pp. 189-190, Ed. Gaia, São Paulo, 2006.


"Nenhum Teósofo, do menos instruído ao mais culto, deve pretender a infalibilidade no que possa dizer ou escrever sobre questões ocultas" (Helena P. Blavatsky, DS, I, pg. 208). A esse propósito, o Conselho Mundial da Sociedade Teosófica é incisivo: "Nenhum escritor ou instrutor, a partir de H.P. Blavatsky tem qualquer autoridade para impor seus ensinamentos ou suas opiniões sobre os associados. Cada membro tem igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não tem o direito de forçar qualquer outro membro a tal escolha" (Trecho da Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica em 23.12.1924 e modificada em 25.12.1996.

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