Quem vê a origem dependente vê o Dhamma;
quem vê o Dhamma vê a origem dependente.
O Cânone em Pali trata do insight radical que se encontra no
núcleo dos ensinamentos budistas, uma “doutrina da libertação”: que o
sofrimento em última instância surge devido à ignorância acerca da verdadeira
natureza do ser/existir e cessa através da sabedoria, o entendimento direto da
natureza de ser/existir. O princípio ontológico contido na origem dependente,
como o próprio nome sugere, é o surgimento dos fenômenos na dependência de
condições.
Qualquer coisa que venha a ser se origina a partir de
condições, permanece com o apoio de condições e cessa quando as suas condições
cessam. O que ela ensina é uma condicionalidade específica (idappaccayata), o
surgimento dos fenômenos na dependência de condições específicas. Este é um
ponto importante que com freqüência é ignorado nos relatos padrão da doutrina.
A condicionalidade específica correlaciona os fenômenos na medida em que eles
pertencem a certos tipos.
Nenhum acontecimento tem existência por si só.
O ensinamento da interdependência causal é o princípio
Budista mais importante. Ele descreve a lei da natureza existente como o curso
natural das coisas. O Buda não era um emissário de mandamentos divinos, mas o
descobridor desse princípio da natureza e o proclamador dessa verdade para o
mundo.
A progressão de causas e condições é a realidade que se
aplica a todas as coisas desde o meio ambiente natural, que é uma condição
física, externa, até os eventos das sociedades humanas, os princípios éticos,
os eventos da vida e a felicidade e sofrimento que se manifestam nas nossas
mentes. Esses sistemas de relação causal são parte da mesma verdade da natureza.
Nossa felicidade dentro desse sistema natural depende de termos o conhecimento
de como ele funciona e de agirmos corretamente dentro dele ao abordarmos os
problemas nos níveis pessoal, social e ambiental. Pelo fato de todas as coisas
estarem interconectadas e afetarem umas às outras, o êxito em lidar com o mundo
consiste em criar harmonia dentro dele.
Por trás de tudo isso, tendemos a interpretar conceitos como
a felicidade, liberdade, direitos, independência e paz, de modo a preservar
interesses próprios e abusar dos interesses dos outros. Mesmo quando o controle
sobre outras pessoas passa a ser visto como uma ação censurável, essa tendência
agressiva passa então a ser dirigida em outras direções, tal como o meio
ambiente. Agora que estamos começando a compreender que é impossível na
realidade controlar outras pessoas ou outras coisas, o único sentido que resta
na vida é preservar os interesses próprios e proteger os direitos territoriais.
Ao vivermos dessa maneira, com essa compreensão falha e crenças equivocadas,
colocamos o meio ambiente em desequilíbrio, a sociedade entra em convulsão e a
vida humana fica desorientada, tanto física como mentalmente. O mundo parece
estar repleto de conflito e sofrimento.
Todas as facetas da natureza – o mundo físico e o mundo
humano, o mundo das condições (dhamma) e o mundo das ações (kamma), o mundo
material e o mundo mental – estão conectados e inter-relacionados, eles não
podem ser separados. A desordem e a anormalidade num setor irão afetar os
outros setores. Se quisermos viver em paz, temos que aprender a viver em
harmonia com todas as esferas da natureza, tanto internas como externas, o
individual e o social, o físico e o mental, o material e o imaterial.
Para criar a verdadeira felicidade é da maior importância que
não somente reflitamos sobre a inter-relação de todas as coisas na natureza,
mas que também nos vejamos com clareza como um sistema de relações causais,
como parte da natureza, tornando-nos conscientes primeiro dos fatores mentais
internos, em seguida dos fatores das nossas experiências de vida, da sociedade
e por fim do mundo à nossa volta. É por isso que em todos os sistemas de
relação causal baseados na lei “Com o surgimento disso, aquilo surge; Com a
cessação disto, aquilo cessa,” os ensinamentos Budistas principiam e sempre
enfatizam os fatores envolvidos na criação do sofrimento situados na
consciência do indivíduo – “porque há ignorância, surgem as formações.” Uma vez
que esse sistema de relações causais seja compreendido no nível interno, estaremos
então em posição de ver as conexões entre esses fatores internos e as relações
causais na sociedade e no meio ambiente natural. Essa é a abordagem adotada
neste livro.
1. Uma visão geral da Origem Dependente
O princípio da Origem Dependente é um dos ensinamentos
Budistas mais importantes e único. Em muitos trechos do Cânone em Pali, ele foi
descrito pelo Buda como uma lei da natureza, uma verdade fundamental que existe
independente do surgimento de seres iluminados.
Os excertos a seguir indicam a importância que o Buda
atribuía ao princípio da Origem Dependente:
“Quem vê a origem dependente vê o Dhamma; quem vê o Dhamma
vê a origem dependente.” [MN.I.191](MN 28)
“Verdadeiramente, bhikkhu, um nobre discípulo que é hábil e
que compreendeu por ele mesmo, independente da fé em outros, que ‘Quando existe
isso, aquilo existe; com o surgimento disso, aquilo surge...’
Buda o previne para não subestimar a profundidade do
princípio da Origem Dependente:
“Que incrível! Nunca me havia ocorrido isso antes, Senhor. Este
princípio da Origem Dependente, embora tão profundo e difícil de ser visto, no
entanto para mim, ele parece tão simples, claro como a luz do dia!”
Esta origem dependente é um ensinamento profundo, difícil de
ser visto. É por não entender, não compreender e não penetrar de forma completa
este ensinamento que os seres ficam confusos como um novelo embaraçado, como
uma bola de cordas cheias de nós, como uma corda de palha puída e não conseguem
escapar do inferno dos mundos inferiores e da roda do samsara."
[S.ll.92](DN15)
Quem já estudou a vida do Buda poderá se lembrar das suas
ponderações pouco depois da Iluminação, quando ele ainda não havia começado e
expor os ensinamentos. Naquela ocasião, o Buda relutava em ensinar, tal como
relatado nas Escrituras:
“Eu pensei: ‘Este Dhamma que eu alcancei é profundo, difícil
de ver e difícil de compreender, pacífico e sublime, que não pode ser alcançado
através do mero raciocínio, sutil, para ser experimentado pelos sábios.
“Mas, esta geração se delicia com a adesão, está excitada
com a adesão, desfruta da adesão. É difícil para uma geração como esta ver esta
verdade, isto é, a condicionalidade isto/aquilo e a origem dependente. E também
é difícil de ver esta verdade, isto é, o cessar de todas as formações, o
abandono de todas aquisições, o fim do desejo, desapego, cessação, Nibbana. Se
eu fosse ensinar o Dhamma, os outros não me entenderiam e isso seria fatigante,
problemático para mim .’.’” [Vin,I.4; MN.I.167] (MN 26)
Tipos de Origem Dependente encontrados nas escrituras:
Primeiro, aquelas que descrevem o princípio geral e segundo,
aquelas que especificam os fatores constituintes ajuntados numa cadeia.
a. O princípio geral
Em essência, este princípio corresponde àquilo que em Pali é
conhecido como idappaccayata, o princípio da condicionalidade.
A. Quando existe isso, aquilo existe.
Com o surgimento disso, aquilo surge.
B. Quando não existe isso, aquilo também não existe.
Com a cessação disto, aquilo cessa. [SN.II.28,65]
b. O princípio em funcionamento
Da ignorância como condição, as formações [surgem]
Das formações como condição, a consciência.
Da consciência como condição, a mentalidade-materialidade.
Da mentalidade-materialidade como condição, as seis bases
dos sentidos.
Das seis bases dos sentidos como condição, o contato.
Do contato como condição, a sensação
Da sensação como condição, o desejo.
Do desejo como condição, o apego.
Do apego como condição, o ser/existir.
Do ser/existir como condição, o nascimento.
Do nascimento como condição, então o envelhecimento e morte,
tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero surgem.
Essa é a origem de toda essa massa de sofrimento.
Do desaparecimento e cessação sem deixar vestígios dessa
mesma ignorância, cessam as formações.
Da cessação das formações, cessa a consciência.
Da cessação da consciência, cessa a
mentalidade-materialidade.
Da cessação da mentalidade-materialidade, cessam as seis
bases dos sentidos.
Da cessação das seis bases dos sentidos, cessa o contato.
Da cessação do contato, cessa a sensação.
Da cessação da sensação, cessa o desejo.
Da cessação do desejo, cessa o apego.
Da cessação do apego, cessa o ser/existir.
Da cessação do ser/existir, cessa o nascimento.
Da cessação do nascimento, então, o envelhecimento e morte,
tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero cessam.
Essa é a cessação de toda essa massa de sofrimento.
[Vin.I.I-3; SN.II.l,65] (SN XII.2)
Observe que este formato trata o princípio da Origem
Dependente como o processo do surgimento e cessação do sofrimento. Esse é o
fraseado mais comumente encontrado nos textos.
Somos na verdade avisados a não tomar a ignorância como a
Primeira Causa com a seguinte descrição do surgimento condicionado da
ignorância - Asava-samudaya avijja-samudayo, asava-nirodha avijja-nirodho – a
ignorância surge com o surgimento das impurezas e cessa com a cessação destas.
[MN.I.55](MN 10)
2. Interpretando a Origem Dependente
1. Como uma demonstração da evolução da vida ou do mundo,
baseada na interpretação literal de algumas frases como por exemplo
loka-samudaya (surgimento do mundo) [SN.II.73](SN.XII.44)
2. Como uma demonstração do surgimento e cessação da vida
individual ou do sofrimento individual.
2.1 Demonstrando o processo durante um longo período de
tempo, de uma vida para outra.
2.2 Demonstrando um processo que ocorre continuamente.
Os ensinamentos Budistas, como mostrado nesta interpretação,
explicam as coisas simplesmente como um tipo de evolução que avança de acordo
com as leis naturais de causa e efeito.
Qualquer Causa Primeira, quer seja um Deus Criador ou
qualquer outra coisa, é impossível. A interpretação do ciclo de Origem
Dependente como uma descrição da evolução da vida ou do mundo somente será
possível se for apresentado um quadro do universo funcionando de acordo com o
processo natural de crescimento e declínio, desdobrando-se de forma incessante
de acordo com os ditames de causa e efeito.
Tudo são causas e condições
Nos seus ensinamentos o Buda intencionava apresentar apenas
aquilo que pudesse ser empregado para solucionar os problemas da vida em termos
práticos. Ele não encorajava o entendimento da realidade através da conjectura,
debate ou análise de problemas metafísicos, que ele considerava ser impossível.
Por essa razão, a avaliação de um ensinamento quanto a ser genuinamente Budista
deve envolver a avaliação do seu valor em relação aos princípios éticos.
O que pode ser obtido dessa definição é:
(1) Uma visão mais ampla do mundo, na qual ele progride de
acordo com o fluxo de causas e efeitos e é limitado pelas condições encontradas
no processo natural. Não existe um Criador ou Nomeador, tampouco o mundo é uma
série de acidentes sem propósito. Os objetivos não podem ser alcançados apenas
por meio da aspiração, suplicando aos deuses ou por meio da sorte, mas devem
ser concretizados através do esforço auto-suficiente baseado no entendimento
das causas e condições.
(2) Criar as causas corretas para obter os resultados
desejados: só poderá ser feito se houver a compreensão dessas causas e da forma
como elas se interconectam com os respectivos resultados. Isso requer a
presença de uma certa compreensão (pañña) que seja capaz de discernir essas
complexidades; é necessário tratar a vida e relacionar-se com ela com
sabedoria.
(3) A compreensão de que os processos naturais estão
sujeitos ao contínuo de causa e efeito pode ser eficaz na redução da delusão
que causa o apego e a identificação das coisas como sendo o eu. Essa
perspectiva permite um relacionamento mais saudável e independente com as
coisas da forma como elas são.
O entendimento do princípio da Origem Dependente como uma
teoria da evolução do mundo, embora se harmonize com os ensinamentos do Buda, é
no entanto um tanto quanto superficial. Carece de uma análise profunda,
detalhada, momento a momento dos componentes físicos e mentais. Não é
suficientemente sólido ou claro para que de forma inequívoca produza os três
resultados mencionados acima, especialmente o terceiro. Para investigar com
mais profundidade a verdade, é necessário examinar o desdobramento dos eventos
naturais mais detalhadamente no nível pessoal, vendo com clareza a verdade
desse processo à medida que ele ocorre nas nossas vidas, até mesmo em eventos
muito breves. Com esse tipo de clara atenção, será mais provável que os três
benefícios mencionados acima ocorram. A propósito, esta interpretação mais
imediata não exclui a interpretação do processo como evolução a longo prazo.
Qualquer explicação do princípio da Origem Dependente como
uma teoria da evolução do mundo, quer seja num sentido mais básico ou mais
sutil, irá carecer de profundidade. A segunda interpretação, que diz respeito à
vida pessoal e em particular ao processo que dá continuidade ao sofrimento
pessoal, é muito mais profunda.
Neste trabalho será atribuído um capítulo para essa
interpretação, seguida da interpretação já mencionada em parte acima, tomando a
Origem Dependente como ocorrendo em cada momento mental (item 2.2).
O significado básico -- Na sua essência, o princípio da
Origem Dependente é uma descrição do processo de surgimento e da cessação do
sofrimento. A palavra ‘sofrimento’ (dukkha) é um termo bastante importante no
Budismo. Ela aparece em muitos dos ensinamentos mais importantes, tal como nas
Três Características (tilakkhana) e nas Quatro Nobres Verdades (ariyasacca).
Para entender de forma mais clara o princípio da Origem Dependente é essencial
primeiro entender essa palavra dukkha ou sofrimento.
O termo 'dukkha' é usado nos ensinamentos do Buda com um
sentido muito mais amplo do que o seu equivalente em Português, ‘sofrimento' ,
que dividem o sofrimento em três tipos [DN.III.216; SN.IV.259; SN.V.56].
1.
Dukkha-dukkhata: o sofrimento como sensação.
Isto inclui ambos o sofrimento físico e mental – dores, aflições, tristeza e
assim por diante – muito similar ao que comumente é compreendido por meio da
palavra ‘sofrimento’ em Português. Isto corresponde à palavra em Pali
'dukkhavedana' (‘a sensação de sofrimento’ que em geral surge sempre que uma
sensação desagradável é experimentada).
2. Viparinama-dukkhata: o sofrimento inerente ao processo de
mudança; o sofrimento oculto na inconstância da felicidade. Esse é o sofrimento
que é causado pelas mudanças nos momentos de felicidade e pela cessação dela.
Isto pode ser observado num dia de muito calor em que você esteve trabalhando
ao ar livre: pode ser que você nem perceba o calor se estiver acostumado a ele,
mas uma vez que você entre num cômodo com ar condicionado, a sensação agradável
resultante poderá provocar uma reação desagradável no momento em que você sair
outra vez – o calor parecerá insuportável. A sensação de calor neutra original
se transforma numa sensação desconfortável devido ao prazer do ar condicionado.
O prazer do ar condicionado faz com que a sensação subseqüente de calor pareça
ser desagradável. É quase como se o sofrimento estivesse dormente, apenas para
se revelar quando a sensação agradável se esvai. Quanto mais intensa for a
sensação agradável, mais intensa será a mudança para o sofrimento, o qual
parece expandir na proporção da intensidade da sensação agradável. Se a
sensação agradável não tivesse surgido, o sofrimento na dependência desta
provavelmente não teria surgido. Se a sensação agradável estiver acompanhada
pela consciência da sua natureza efêmera, o temor, preocupação e ansiedade
tenderão a encobri-la. Quando, com o tempo, a sensação agradável desaparecer,
em seguida surgirá a nostalgia, “Eu tinha tamanha felicidade, agora ela se
foi.”
3. Sankhara dukkhata: o sofrimento inerente a todos os
sankhara, todas as coisas que surgem a partir de determinantes, especificamente
os cinco khandhas. Isto se refere à sujeição de todas as coisas condicionadas
às forças contrárias do nascimento e da dissolução, ao fato de que elas não são
perfeitas em si mesmas, mas existem apenas como parte do contínuo de causa e
efeito. Como tal, é provável que elas causem o sofrimento, (isto é, a sensação
de sofrimento ou dukkha-dukkhata), sempre que houver a cobiça inflexível e o
apego suportado pela ignorância (avijja-tanha-upadana).
O tipo mais importante de sofrimento é o terceiro, que
descreve a natureza inerente de todas as condições, tanto físicas como mentais.
Sankhara-dukkhata, como um atributo natural, assume importância psicológica
quando é reconhecido que todas as condições são incapazes de produzir o
perfeito contentamento, e como tal irão causar o sofrimento a qualquer um que
tente se apegar a elas.
O princípio da Origem Dependente mostra a interdependência e
a inter-relação de todas as coisas sob a forma de um contínuo. Como um
contínuo, ele pode ser analisado sob várias perspectivas distintas:
Todas as coisas são inter-relacionadas e interdependentes;
todas as coisas existem em relação umas às outras; todas as coisas dependem de
fatores determinantes; todas as coisas não possuem existência duradoura, nem
mesmo por um momento; todas as coisas não possuem uma identidade intrínseca;
todas as coisas não possuem uma Causa Primeira ou Gênese.
Colocando de outro modo, o fato de todas as coisas se
apresentarem sob formas diversas de surgimento e declínio mostra que a sua
verdadeira natureza é de um contínuo ou processo. E isso mostra que elas são um
composto de muitos fatores determinantes. O contínuo surge porque todos os
vários fatores determinantes estão inter-relacionados. O contínuo se move e
muda de formato porque os vários fatores em questão não duram, nem mesmo um
momento. As coisas não duram, nem mesmo um momento, porque elas não possuem uma
identidade intrínseca. Como elas não possuem identidade intrínseca, elas
dependem totalmente de fatores determinantes. Como os fatores determinantes são
inter-relacionados e interdependentes, eles mantêm o formato de um contínuo, e
o fato de serem assim inter-relacionados e interdependentes indica que eles não
possuem uma Causa Primeira.
Apresentando sob a forma negativa: se as coisas tivessem uma
identidade intrínseca elas deveriam ter alguma estabilidade; se elas fossem
estáveis, mesmo que por um momento, elas não poderiam ser na verdade
inter-relacionadas; se elas não fossem inter-relacionadas elas não poderiam ter
o formato de um contínuo; se não houvesse um contínuo de causa e efeito, os
processos da natureza seriam impossíveis; e se houvesse algum tipo de
identidade intrínseca como parte desse contínuo não seria possível haver um
verdadeiro processo de causa e efeito inter-relacionado. O contínuo de causa e
efeito que possibilita que todas as coisas existam da forma como são, só pode
operar porque tais coisas são transitórias, efêmeras, constantemente surgindo e
cessando sem possuir uma identidade intrínseca própria.
A propriedade da transitoriedade, efemeridade,
constantemente surgindo e cessando, é chamada aniccata. A propriedade de estar
sujeito ao nascimento e dissolução, de inerentemente implicar em sofrimento e
estresse e de ser intrinsecamente imperfeito, é chamada dukkhata. A qualidade
de vazio de qualquer tipo de eu real ou substância é chamada anattata. O
princípio da Origem Dependente demonstra essas três propriedades em todas as
coisas e mostra a inter-relação e inter-reação de todas as coisas para produzir
os diversos eventos na natureza.
O funcionamento do princípio da Origem Dependente se aplica
a todas as coisas, tanto físicas como mentais e se expressa através de várias
leis naturais. Elas são:
Dhammaniyama: a lei da natureza de causa e efeito;
Utuniyama: a lei da natureza que diz respeito aos objetos
físicos (leis físicas);
Bijaniyama: a lei da natureza que diz respeito aos seres
vivos e à hereditariedade (leis biológicas);
Cittaniyama: a lei da natureza que diz respeito aos
processos mentais (leis psicológicas ou psíquicas);
Kammaniyama: a lei de kamma que é de particular importância
na determinação do bem estar humano e está diretamente relacionada com o
comportamento humano sob a perspectiva da ética.
Vale a pena observar que kamma, como todas as demais
relações de causa e efeito, só é capaz de funcionar porque todas as coisas são
impermanentes (anicca) e desprovidas de uma entidade intrínseca (anatta). Se as
coisas fossem permanentes e tivessem uma natureza intrínseca, nenhuma das leis
naturais, incluindo a lei de kamma, poderiam operar. Além disso, essas leis
suportam a verdade de que não existe uma Causa Primeira ou Gênese.
Os conceitos são formados na mente através da associação de
relações. Para a maioria das pessoas, uma vez que um conjunto de relações tenha
constituído um conceito, o hábito de se apegar às coisas através do desejo
(tanha) e do apego (upadana) adere a esses conceitos como se estes fossem
entidades fixas. O apego isola o conceito da sua relação com as outras coisas e
macula a percepção com noções de ‘eu’ e ‘meu,’ o que conduz à identificação com
essas coisas e dessa forma impede o verdadeiro entendimento.
“Como pode aquilo que é eterno criar algo não eterno?”
“Porque a existência
tem que ser precedida da não existência?”
A crença comum de que toda as coisas possuem um Criador é
uma outra idéia que contradiz a realidade. Essa crença é o resultado do
pensamento dedutivo, baseado na observação da habilidade humana em criar coisas
e produzir artefatos de vários tipos.
Em todo caso, a busca pelos fatos que digam respeito a uma
Causa Primeira, ou Deus Criador e outras coisas semelhantes, possuem pouco
valor dentro da visão Budista, porque elas não são essenciais para que a vida
tenha sentido.
Todos organismos vivos são compostos dos cinco khandhas
(grupos): rupa ou forma material; vedana, sensação; sañña, percepção; sankhara,
formações ou impulsos volitivos; e viññana, consciência.
Os cinco khandhas, ou vida, estão sujeitos às Três
Características: condição de aniccata – impermanentes e instáveis; ; anattata –
não possuem um eu ou essência intrínseca; e dukkhata – sendo constantemente
oprimidos pela origem e cessação e prontos a causar o sofrimento sempre que com
eles nos associemos por meio da ignorância.
Mas para a maioria das pessoas, a resistência ao fluxo
resulta do apego equivocado a uma ou outra característica desse contínuo como
sendo o eu e do desejo que esse eu prossiga de um certo modo específico. Quando
as coisas não obedecem aos desejos, o estresse resultante causa frustração e
posteriormente um apego ainda mais intenso. A vaga noção da inevitabilidade da
mudança nesse eu tão querido, ou a suspeita de que ele possa na verdade não
existir, fazem com que esse apego e desejo se tornem ainda mais desesperados, e
o medo e a ansiedade fincam raízes profundas na mente.
Os estados mentais são avijja – a ignorância da verdade,
vendo as coisas como sendo o eu; tanha – desejo de que esse eu imaginário
obtenha várias coisas ou estados; e upadana - apego e adesão a essas idéias
equivocadas e tudo aquilo que elas implicam. Essas impurezas estão arraigadas
na mente, de onde elas dirigem o nosso comportamento, moldam a identidade e
influenciam as mudanças de curso nas nossas vidas, tanto de modo explícito como
velado. Em geral, essas são as causas do sofrimento para todos seres não
iluminados.
Em essência estamos lidando com a desarmonia entre dois
processos:
1. O processo natural da vida, que prossegue de acordo com a
lei fixa, natural, das três Características. Estas são expressas através do
nascimento (jati), envelhecimento (jara) e morte (marana), tanto no seu sentido
mais básico como no mais profundo.
2. O processo fabricado do desejo e apego, baseado na
ignorância da verdadeira natureza da vida, que provoca a percepção equivocada
de, e um apego a, um eu – ‘criando um eu por meio do qual obstruir o fluxo da
natureza.’ Essa é uma vida limitada pela ignorância, vivida com apego, em
cativeiro, em contradição com a lei da Natureza e vivida com medo e sofrimento.
A vida, sob o ponto de vista da ética, pode-se dizer que
compreende dois tipos de eu:
O ‘eu convencional’ e essa convenção pode ser empregada de
forma hábil em relação à conduta moral.
Depois existe o eu ‘fabricado,’ produzido pela ignorância e
agarrado com força pelo desejo e apego. O eu convencional não é fonte de
problemas quando é entendido como tal, de forma clara. O eu ‘fabricado,’ no
entanto, oculto dentro do eu convencional, é o eu do apego, que tem que se
sujeitar às vicissitudes do primeiro eu e por isso produz o sofrimento. Em
outras palavras, é um processo em dois níveis: num nível está o eu
convencional, no outro nível está o apego deludido ao eu convencional, como se
este fosse uma realidade absoluta. Se o apego deludido se transformar em
compreensão e entendimento, o problema será solucionado.
Uma perspectiva de vida baseada no apego ao conceito de um
eu traz muitas repercussões prejudiciais, tais como:
Apego a desejos egoístas, (kamupadana), a busca interminável
pela satisfação destes e a sede ambiciosa pelos objetos do desejo;
A identificação e a aderência inquebrantável às idéias
(ditthupadana) . Esse tipo de apego produz uma deficiência na fluidez dos
poderes de raciocínio e conduz à arrogância e intolerância;
Apego a preceitos e rituais (silabbatupadana). Percebendo
apenas uma relação mística ou tênue em tais práticas, não se pode nunca estar
verdadeiramente seguro delas, mas o medo e a preocupação com o eu fabricado
produzem um esforço desesperado para se agarrar a qualquer coisa que possa
servir como fonte de segurança, não importando quão mística ou obscura esta
seja.
O estresse e sofrimento surgem não somente no indivíduo, mas
também radiam para o exterior, para toda a sociedade. Assim, a condição do
apego (upadana) pode ser identificada como a fonte principal de todos os
problemas gerados pelo homem na sociedade.
O ciclo de Origem Dependente mostra a origem dessa vida
estressante, auto-centrada, e o seu inevitável resultar em sofrimento. Com o
rompimento do ciclo, a vida estressante é transformada completamente,
resultando numa vida vivida com sabedoria, em harmonia com a natureza e
libertada do apego a um eu.
De acordo com os ensinamentos do Buda, não existe nada que
exista além ou separado da natureza. Todos os eventos na natureza prosseguem de
acordo com a orientação da inter-relação dos fenômenos naturais. Não existem
acidentes, nem existe uma força criativa independente de causas. Eventos
aparentemente impressionantes e miraculosos surgem inteiramente a partir de
causas, mas como algumas vezes as causas estão obscurecidas no nosso
conhecimento, esse eventos podem parecer miraculosos, mas na verdade não existe
nada que seja verdadeiramente ‘sobrenatural’. Os seres humanos são parte da
natureza, não estão separados dela.
A sabedoria em relação tanto aos fenômenos físicos como aos
mentais é essencial para que realmente se possa beneficiar da natureza.
A seguir encontra-se um ensinamento do Buda que ilustra as
diferenças entre a vida vivida com apego e a vida vivida com sabedoria:
“Bhikkhus, quando a pessoa comum sem instrução é tocada por
uma sensação dolorosa, ela fica triste, angustiada e lamenta, bate no peito,
chora e fica perturbada. “Ao ser tocada por essa mesma sensação dolorosa, ela
sente aversão pela sensação de dor. Sentindo aversão pela sensação dolorosa, a
tendência subjacente à aversão é aquilo que está por detrás disso. Ao ser
tocada pela sensação dolorosa, ela busca prazer nos prazeres sensuais. Por qual
razão? Porque a pessoa comum sem instrução não sabe como escapar das sensações
dolorosas, exceto através dos prazeres sensuais.
“Se ela sentir uma sensação prazerosa, ela sente isso com
apego. Se ela sentir uma sensação dolorosa, ela sente isso com apego. Essa,
bhikkhus, é uma pessoa comum sem instrução que está apegada ao nascimento,
envelhecimento, morte, tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero; ela está
apegada ao sofrimento, eu digo.
“Bhikkhus, quando um nobre discípulo bem instruído é tocado
por uma sensação dolorosa, ele não fica triste, angustiado e lamenta, não bate
no peito, chora e fica perturbado. Ele sente apenas uma sensação - corporal,
não a sensação mental. “Se ele sentir uma sensação prazerosa, ele sente isso
desapegado. Se ele sentir uma sensação dolorosa, ele sente isso desapegado. Esse,
bhikkhus, é um nobre discípulo bem instruído que está desapegado do nascimento,
envelhecimento, morte, tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero; ele
está desapegado do sofrimento, eu digo.
“Essa, bhikkhus, é a distinção, a disparidade, a diferença
entre o nobre discípulo bem instruído e a pessoa comum sem instrução.” [SN.IV.207-210]
(SNXXXVI.6)
4. O Formato Padrão
Os principais fatores
a. Ignorância e desejo-apego
b. Formações e ser/existir
c. Consciência até sensações; nascimento, envelhecimento e
morte
Como o princípio da Origem Dependente revolve sob a forma de
um ciclo, sem início e sem fim, uma forma de representação mais acurada está
demonstrada na figura acima.
No entanto, como o princípio da Origem Dependente funciona
como um ciclo, ele não para por aí. O último fator se torna um elo crucial na
continuação do ciclo. De modo mais específico, a tristeza, lamentação e assim
por diante são todos manifestações das impurezas. Essas impurezas são quatro em
número, isto é: a preocupação com a satisfação dos desejos dos cinco sentidos,
(kamasava); apego a idéias e crenças, num exemplo em que o corpo é um eu ou
pertence a um eu, (ditthasava); desejo por vários estados de ser e a aspiração
de alcançá-los e mantê-los, (bhavasava); e a ignorância em relação ao modo como
as coisas são, (avijjasava).
O envelhecimento e a morte causam um efeito inflamatório nas
impurezas: em relação a kamasava, eles causam sentimentos de separação das
pessoas amadas e estimadas; em relação a ditthasava, eles confrontam a crença
inata no eu e o apego ao corpo; em relação a bhavasava, eles significam a
separação de estados de ser muito queridos; em relação a avijjasava, a ausência
de compreensão no nível fundamental, (tal como não compreender a natureza da
vida, envelhecimento e morte e como devemos nos relacionar com isso), o
envelhecimento e a morte fazem com que o ser não iluminado experimente medo,
melancolia, desespero e o apego a superstições. Essas impurezas são, portanto,
os fatores determinantes para que tristeza, lamentação, dor, angústia e
desespero surjam assim que o envelhecimento e a morte apareçam.
* * *‘Quanto à ignorância, saiba que ela surge a
tristeza...’ [Vism.577]
* * *‘A ignorância está presente enquanto a tristeza estiver
presente.’ [Vism.529]
O ciclo da Origem Dependente também é conhecido como a Roda
do Ser/existir, (bhavacakka), ou Roda do Samsara. Esse modelo abrange três
vidas – a ignorância e as formações estão numa vida, a consciência até o
ser/existir numa segunda vida, enquanto que o envelhecimento e morte (com
tristeza, lamentação e assim por diante) em uma terceira.
Tomando a vida intermediária como sendo a presente, podemos
dividir os três períodos de vida, com o conjunto completo dos doze elos do
ciclo da Origem Dependente, em três períodos de tempo da seguinte forma:
1. Vida Passada – Ignorância, formações
2. Vida Presente – Consciência, mentalidade-materialidade,
bases dos sentidos, contato, sensação, desejo, apego, ser/existir.
3. Vida Futura – Nascimento, envelhecimento e morte
(tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero).
Podemos agora descrever o ciclo completo em quatro seções:
1. Causa Passada = Ignorância, formações.
2. Resultado Presente = Consciência,
mentalidade-materialidade, bases dos sentidos, contato, sensação.
3. Causa Presente = Desejo, apego, ser/existir.
4. Resultado Futuro = Nascimento, envelhecimento, morte
(tristeza, lamentação, etc.)
A ignorância é a causa principal de nascimento nos estados
miseráveis, porque a mente envolvida pela ignorância é incapaz de distinguir
entre o bem e o mal, certo e errado, benéfico e prejudicial. Como resultado não
existe um padrão de comportamento, as ações são aleatórias e existe maior
probabilidade que o resultado seja o kamma ruim do que o kamma bom.
Que a ignorância e o desejo são fatores determinantes
significativos e que surgem em conjunto no processo da Origem Dependente.
A descrição da Origem Dependente é aquela encontrada com
mais freqüência nas escrituras. Ela busca explicar a Origem Dependente como
samsaravatta, o ciclo de renascimentos, mostrando as conexões entre três vidas
– o passado, o presente e o futuro.
Aqueles que não concordarem com essa interpretação, ou que
preferirem algo mais imediato, poderão encontrar outras alternativas não só no
Abhidhamma Pitaka, onde o princípio da Origem Dependente é mostrado na sua
totalidade em um momento mental, como também poderão interpretar as mesmas
palavras do Buda empregadas para sustentar o modelo padrão sob um ângulo
distinto, proporcionando um quadro bastante diferente do princípio da Origem
Dependente, algo que é defendido pelos ensinamentos e referências textuais de
outras fontes.
Se o ciclo puder ser
claramente compreendido da forma como opera no presente, conseqüentemente o
passado e o futuro também serão compreendidos de forma clara, porque eles são
todos parte do mesmo ciclo.
Como referência, considere as palavras do Buda:
“Udayin, se alguém fosse recordar as suas muitas vidas
passadas, isto é, um nascimento, dois nascimentos... assim, nos seus modos e
detalhes, se ele se recordasse das suas muitas vidas passadas, então um dos
dois, ou ele me perguntaria uma questão sobre o passado, ou eu poderia
perguntar-lhe uma questão sobre o passado, e ele poderia satisfazer a minha
mente com a resposta à minha questão ou eu poderia satisfazer a mente dele com
a minha resposta à questão dele. Se alguém por meio do olho divino, que é purificado
e sobrepuja o humano, vê seres falecendo e renascendo, inferiores e superiores,
bonitos e feios, afortunados e desafortunados... e compreende como os seres
continuam de acordo com as suas ações, então um dos dois, ou ele me perguntaria
uma questão sobre o futuro, ou eu poderia perguntar a ele uma questão sobre o
futuro, e ele poderia satisfazer a minha mente com a resposta à minha questão
ou eu poderia satisfazer a mente dele com a minha resposta à questão dele. Mas
deixemos de lado o passado, Udayin, deixemos de lado o futuro. Eu lhe ensinarei
o Dhamma: Quando existe isso, aquilo existe; Com o surgimento disso, aquilo
surge. Quando não existe isso, aquilo também não existe; Com a cessação disto,
aquilo cessa.” [M.II.31](MN 79)
O chefe de família Gandhabhaga, tendo sentado a uma
distância respeitável, dirigiu-se ao Abençoado da seguinte forma, “Que o
Abençoado me ensine a origem e a cessação do sofrimento.”
O Abençoado respondeu, “Chefe de família, se eu lhe
ensinasse a origem e a cessação do sofrimento referindo-me ao passado assim,
‘No passado havia isto,’ a dúvida e a perplexidade surgiriam em você por conta
disso. Se eu lhe ensinasse a origem e a cessação do sofrimento referindo-me ao
futuro assim, ‘No futuro haverá isto,’ a dúvida e a perplexidade surgiriam em
você por conta disso. Chefe de família, eu, aqui e agora, irei lhe ensinar, a
origem e a cessação do sofrimento, aqui e agora.” [SN.IV.327]
“Agora quando esses contemplativos e brâmanes possuem esta
doutrina e entendimento: ‘Tudo aquilo que uma pessoa experimentar, quer seja
prazer, dor ou nem prazer, nem dor, tudo é causado pelas ações passadas,’ então
eles vão além daquilo que conhecem por si mesmos e daquilo que é aceito no
mundo como verdadeiro. Portanto, eu digo que esses contemplativos e brâmanes
estão equivocados.” [SN.IV.230](SN.XXXVI.21)
“Bhikkhus, aquilo que alguém intenciona, aquilo que alguém
planeja, e qualquer coisa pela qual alguém tenha preferência: isto se torna uma
base para a manutenção da consciência. Quando há uma base, haverá um suporte
para o estabelecimento da consciência. Quando a consciência se estabelece e
cresce, há a produção de uma renovada existência futura. Quando há a produção
de uma renovada existência futura, o futuro nascimento, e morte, lamentação,
dor, angústia e desespero surgem. Essa é a origem de toda essa massa de
sofrimento.” [SN.II.65] (SN XII.38)
Embora esta interpretação do princípio da Origem Dependente
deva ser entendida pelo que ela é, apesar disso não descartamos a forma
estabelecida pelo modelo padrão. Então, antes de explorar o seu significado
deveríamos primeiro reiterar o modelo padrão, adaptando as definições de acordo
com esta interpretação.
Texto selecionado pela irmã Hilda Espíndola Garcia para estudo em Loja realizado em 2 de julho de 2013.
"Nenhum Teósofo, do menos instruído ao mais culto, deve pretender a infalibilidade no que possa dizer ou escrever sobre questões ocultas" (Helena P. Blavatsky, DS, I, pg. 208). A esse propósito, o Conselho Mundial da Sociedade Teosófica é incisivo: "Nenhum escritor ou instrutor, a partir de H.P. Blavatsky tem qualquer autoridade para impor seus ensinamentos ou suas opiniões sobre os associados. Cada membro tem igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não tem o direito de forçar qualquer outro membro a tal escolha" (Trecho da Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica em 23.12.1924 e modificada em 25.12.1996.
"Nenhum Teósofo, do menos instruído ao mais culto, deve pretender a infalibilidade no que possa dizer ou escrever sobre questões ocultas" (Helena P. Blavatsky, DS, I, pg. 208). A esse propósito, o Conselho Mundial da Sociedade Teosófica é incisivo: "Nenhum escritor ou instrutor, a partir de H.P. Blavatsky tem qualquer autoridade para impor seus ensinamentos ou suas opiniões sobre os associados. Cada membro tem igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não tem o direito de forçar qualquer outro membro a tal escolha" (Trecho da Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica em 23.12.1924 e modificada em 25.12.1996.
2 comentários:
Muito bom!!
Olá! Esta roda era muiito usada pelo Professor Kaled Amer Asrauy. Ele ensinava na Loja?
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