segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A regeneração humana, por Radha Burnier (4)

Nossa abordagem à teosofia

O conhecimento não ajudou os seres humanos a serem mais felizes, pacíficos ou amorosos. A Teosofia não deve ser transformada em uma teoria, um conjunto de conceitos. Ela deve ser a verdade que transforma, que nos torna amorosos, ternos, amáveis em nossas relações, como somos quando olhamos para beleza oculta da flor. Nossa preocupação é com a verdade que transforma, que liberta a mente do seu egocentrismo, e não com o conhecimento estéril.

Nós podemos estudar todos os livros teosóficos, saber onde está mencionada determinada expressão de HPB, Annie Besant ou qualquer outro, podemos nos perder em argumentos vãos e disputas e, depois de tudo, o que nos acontece? NADA! Estamos exatamente onde nos encontrávamos. Esse tipo de abordagem não fornece auxilio.  A literatura teosófica, desde que abordada corretamente, pode ainda auxiliar o aspirante em sua busca por sabedoria e em sua vida. Isto não implica que se deva considerar aquilo que é dito como material a ser aprendido de cor. Precisamos começar a ver a limitação da mente, sua inclinação ao engano e sua insensibilidade.

Precisamos compreender a mente, como ela opera em nós e passar das aparências à percepção da natureza essencial de tudo. É fútil nos satisfazermos com meras alegações, ensaios sofisticados ou discursos. Nossa abordagem terá de ser um caminho que nos faça compreender a verdade.  A verdadeira compreensão ou conhecimento tem a ver com a regeneração, pois quanto mais percebermos e compreendermos a grande profundidade de qualquer enunciado o qual reflita a verdade, tanto mais nossas vidas serão transformadas.

Uma resolução oficial do Conselho Geral da S.T. declara que não há autoridade investida na S.T., nem mesmo HPB, ou qualquer pessoa que pretenda que suas declarações ou escritos sejam aceitos como definitivos pelos membros da ST.  Em nome da cooperação, da amizade ou da unidade, não devemos estabelecer uma autoridade, pois isso é contra o caráter da Sociedade. Podemos reverenciar HPB e sermos gratos a ela, porém nem HPB, nem Buda ou Jesus podem ser transformados em uma autoridade na S.T.

Não há dogmas a serem aceitos sem questionamento, sem o emprego da própria inteligência.  Não é útil para o desenvolvimento da inteligência conformar-se, dizendo “eu acredito nisso porque fulano assim disse”. Isso seria uma abdicação da inteligência. O verdadeiro instrutor é aquele que busca evocar, assim como Buda fez, a inteligência espiritual do aspirante. Ele diz: “Você deveria descobrir as coisas por você mesmo. Eu darei sugestões, apontarei a direção. Porém você terá que trilhar o caminho.

Existe uma fonte de energia e de inspiração que é constante, prontamente disponível, e que nunca se desvanece. Aquela fonte de energia que não diminui com a passagem do tempo ou com o envelhecimento do corpo, mas que, ao contrário, flui de modo mais livre e abundante quando aprendemos a permitir que o faça, encontra-se dentro de nós. Cada um terá de descobrir aquela fonte, aquela perene primavera. Do contrário tornamo-nos dependentes de outros que nos estimulem ou conduzam.  Não podemos nos afastar de nós mesmos. Esta fonte está aqui, precisamos apenas aprender a extrair-lhe a luz, a energia e a inspiração ocultas.  [Seminário  realizado  na  Holanda  em  junho de 1990]  

Texto selecionado pelo irmão Marcelo Curvelo para estudo em Loja realizado em 27.08.13.

"Nenhum Teósofo, do menos instruído ao mais culto, deve pretender a infalibilidade no que possa dizer ou escrever sobre questões ocultas" (Helena P. Blavatsky, DS, I, pg. 208). A esse propósito, o Conselho Mundial da Sociedade Teosófica é incisivo: "Nenhum escritor ou instrutor, a partir de H.P. Blavatsky tem qualquer autoridade para impor seus ensinamentos ou suas opiniões sobre os associados. Cada membro tem igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não tem o direito de forçar qualquer outro membro a tal escolha" (Trecho da Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica em 23.12.1924 e modificada em 25.12.1996.

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