quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Eu Sou Aquilo, de Sri Nisargadatta Maharaj (2)

Como deve haver algo imutável para registrar descontinuidade, eu não sou este corpo-mente, o qual não é nem contínuo nem permanente.

A mente é descontinua. De novo e de novo ela sai do ar, como em um sono ou distração. Deve haver algo contínuo para registrar a descontinuidade. Memória é sempre parcial, não confiável e evanescente. Ela não explica o forte senso de identidade que permeia a consciência, o senso “Eu sou”. Encontre o que está na raiz dele. (307)

Você não pode estar consciente daquilo que não muda. Toda consciência é consciência de mudança.Mas a própria percepção de mudança – ela não necessita de um fundo imutável? (516).

Mudanças são inevitáveis no mutável, mas aquilo que você verdadeiramente é não está sujeito a elas. Você é o fundo imutável, sobre o qual as mudanças são percebidas. (333).
O eu baseado na memória é momentâneo. Mas tal eu demanda uma continuidade inquebrantável por trás dele. Você sabe por experiência própria que há intervalos, falhas quando seu eu é esquecido. O que o trás de volta à vida? O que o acorda pela manha? Deve haver algum fator constante suprindo as falhas na consciência. Se você olha cuidadosamente, você descobrirá que até sua consciência diária acontece em flashes, com falhas intervindo todo o tempo. O que existe nesses intervalos? O que mais pode ser senão seu ser real, que é fora do tempo? A mente e a não-mente são um para ele. (333).

Realize que o que você pensa ser si mesmo é simplesmente uma cadeia de eventos; que enquanto tudo acontece, vem e vai, você sozinho é, o imutável entre o mutável, o auto-evidente entre o inferido. Separe o observado do observador e abandone as falsas identificações. (215)

A sucesssão de momentos transientes criam a ilusão de tempo, mas a realidade imutável de puro ser não está em movimento, pois todo movimento requer um fundo imóvel. Ele é por si mesmo o fundo. Uma vez encontrado dentro de você mesmo, você sabe que você nunca perdeu aquele ser independente.(409)

O que muda não é real, o que é real não muda. Agora, o que isto em você que não muda? Na medida que haja comida, há corpo e mente. Quando a comida é retirada, o corpo morre e a mente dissolve. Mas o observador perece? Isso é uma questão de experiência vivencial de que o eu, o self é independente da mente e do corpo. Isto é ser-consciência, benção. Consciência de ser é benção. (210) Você deve realizar a si mesmo como o imóvel por trás e além do móvel, a testemunha silenciosa de tudo que acontece. (319)

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Texto selecionado pelo irmão Felipe Becker para estudo em Loja em 04.08.15

"Nenhum Teósofo, do menos instruído ao mais culto, deve pretender a infalibilidade no que possa dizer ou escrever sobre questões ocultas" (Helena P. Blavatsky, DS, I, pg. 208). A esse propósito, o Conselho Mundial da Sociedade Teosófica é incisivo: "Nenhum escritor ou instrutor, a partir de H.P. Blavatsky tem qualquer autoridade para impor seus ensinamentos ou suas opiniões sobre os associados. Cada membro tem igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não tem o direito de forçar qualquer outro membro a tal escolha" (Trecho da Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica em 23.12.1924 e modificada em 25.12.1996.

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