quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Eu Sou Aquilo, de Sri Nisargadatta Maharaj (3)

Como a pessoa é uma corrente em movimento de objetos mentais que eu como sujeito tomo como sendo meu corpo-mente, Eu não posso ser uma pessoa. Eu sou, mas não posso ser isto ou aquilo.

Nada está errado com você, mas as idéias que você tem de si mesmo são todas erradas. Não é você que deseja, teme e sofre, é a pessoa construída sobre o alicerce de seu corpo pelas circunstancias e influencias. Você não é aquela pessoa. (424)

A pessoa nunca o sujeito. Você pode ver a pessoa, mas você não é a pessoa. (64)

O seu ser uma pessoa é decorrente da ilusão de espaço e tempo; Você imagina a si mesmo como existindo em um certo ponto ocupando um certo volume; sua personalidade é decorrente de sua auto identificação com o corpo. (205)

Como a personalidade vem a ser? Identificando o presente com o passado e projetando-o no futuro. (206)

O corpo-mente é como um quarto. Ele está lá, mas eu não preciso viver dentro dele todo o tempo.(153) A pessoa é meramente o resultado de um mal entendido. Na realidade, não há tal coisa.Sentimentos, pensamentos e ações correm diante do expectador em infinita sucessão, deixando traços no cérebro e criando uma ilusão de continuidade. Uma reflexão do expectador na mente cria o senso de “eu” e a pessoa adquire uma aparente existência independente. Na realidade não há nenhuma pessoa, somente o observador identificando-se com o “eu” e o “meu”.(343) 

É porque “eu sou” é falso que ele quer continuar. A realidade não necessita continuar-sabendo-se indestrutível, ela é indiferente de formas e expressões. Para fortalecer e estabilizar o “Eu sou”, nós fazemos todo tipo de coisas – todas em vão, pois o “eu sou” está sendo reconstruído de momento a momento. É um trabalho incessante, e a única solução radical é dissolver o senso separador “eu sou” tal ou qual “pessoa”. Não é o “eu sou” que é falso, mas o que você toma como sendo você. Eu posso ver, além de qualquer sombra de dúvida, que você não é o que você acredita ser.(458) 

O que é realmente seu, você não está consciente. Aquilo do qual você está consciente não é nem você nem seu. Seu é o poder da percepção, não o que você percebe. É um engano tomar o consciente como sendo o homem inteiro. O homem é o inconsciente, o consciente e o superconsciente, mas você não é o homem. Seu é a tela do cinema, a luz, e o poder de ver, mas o filme não é você.(445) 

Leia este e outros textos em www.advaita.com.br - Ensinamentos do Advaita Vedanta, Ramana Maharshi, Papaji, Nisargadatta Maharaj e Mooji.

Texto selecionado pelo irmão Felipe Becker para estudo em Loja em 04.08.15

"Nenhum Teósofo, do menos instruído ao mais culto, deve pretender a infalibilidade no que possa dizer ou escrever sobre questões ocultas" (Helena P. Blavatsky, DS, I, pg. 208). A esse propósito, o Conselho Mundial da Sociedade Teosófica é incisivo: "Nenhum escritor ou instrutor, a partir de H.P. Blavatsky tem qualquer autoridade para impor seus ensinamentos ou suas opiniões sobre os associados. Cada membro tem igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não tem o direito de forçar qualquer outro membro a tal escolha" (Trecho da Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica em 23.12.1924 e modificada em 25.12.1996.

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