quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Eu Sou Aquilo, de Sri Nisargadatta Maharaj (1)

Não sou esta pessoa, este corpo-mente ou qualquer coisa. 

Como não posso ser o que percebo, não sou este corpo-mente ou qualquer outra coisa da qual esteja consciente.

Como corpo, você está no espaço. Como mente, você está no tempo. Mas é você um mero corpo com uma mente nele? Você já investigou alguma vez? (252) Por que não investigar a própria idéia de corpo? É a mente que surge no corpo ou é o corpo que surge na mente? Certamente deve haver uma mente para conceber a idéia “eu-sou-o-corpo”. Um corpo sem uma mente não pode ser “meu corpo”. “Meu corpo” estará invariavelmente ausente quando a mente está ausente. Ele também está ausente quando a mente está profundamente engajada em pensamentos e sentimentos. (434) Você observa o coração sentindo, a mente pensando, o corpo agindo; o próprio ato de perceber mostra que você não é o que você percebe. (2) O percebido não pode ser o percebedor. O que quer que você veja, ouça ou pense a respeito, lembre-se – você não é o que acontece, você é aquele para quem isso acontece. (519)

Desejo, medo, problema, alegria, eles não podem aparecer a menos que você esteja lá para que eles possam te aparecer. Assim, o que quer que aconteça aponta para sua existência como um centro de percepção. Abandone os apontadores e esteja consciente daquilo que eles estão apontando.(220)

Realize que todo modo de percepção é subjetivo, que o que é visto ou ouvido, tocado ou cheirado, sentido ou pensado, esperado ou imaginado, está na mente e não na realidade, e você experienciará paz e liberdade do medo. (201). Quando você realiza que a distinção entre o interno e o externo só existe na mente, você não mais temerá. (464). Você não é o corpo nem está no corpo. Não há tal coisa como o corpo. Você se confundiu gravemente. Para compreender corretamente, investigue, (253). Você não está no corpo, o corpo está em você! A mente está em você. Eles acontecem para você.Eles estão lá porque você os acha interessantes. (212).

Você só sabe que reage. Quem reage e a que, você não sabe.Você sabe imediatamente que você existe: “Eu sou”. O “eu sou isso”, “eu sou aquilo” é imaginário. (337). Para mim mesmo, eu não sou nem percebível nem concebível; não há nada para onde eu possa apontar e dizer: “isso sou eu”. Você se identifica com tudo tão facilmente; Eu acho isso impossível. O sentimento “eu não sou isso ou aquilo, e não há nenhum “meu” é tão forte em mim que tão logo uma coisa ou um pensamento aparece, imediatamente surge o senso “isso não sou eu”. (268). O que quer que você possa ouvir, ver ou pensar a respeito, eu não sou aquilo. Eu sou livre de ser um preceito ou um conceito.(152).

Como você não pode ver sua face, mas somente seu reflexo no espelho, assim você pode conhecer somente sua imagem refletida no espelho de pura consciência. Veja as impurezas e remova-as. A natureza do espelho perfeito é tal que você não pode vê-lo. O que quer que você veja serão sempre impurezas. Dê as costas para elas, abandone-as, aperceba-se delas como não desejadas. Todas as percepções são impurezas. (126)

Tendo aperfeiçoado o espelho de modo que ele reflita corretamente, verdadeiramente, você pode virar o espelho e ver nele um reflexo de si mesmo – verdadeiro na medida em que espelhos refletem. Mas o reflexo não é você mesmo – você é o observador do reflexo. Compreenda isso claramente – o que quer que você possa perceber, você não é aquilo que é percebido. Você pode ver ambos a imagem e o espelho. Você não é nenhum deles. (330). Lembre-se, nada que você perceba é você mesmo.(510). O que é realmente seu, você não está consciente. (445) Você não é nada do que possa estar consciente de.(458).


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Texto selecionado pelo irmão Felipe Becker para estudo em Loja em 04.08.15

"Nenhum Teósofo, do menos instruído ao mais culto, deve pretender a infalibilidade no que possa dizer ou escrever sobre questões ocultas" (Helena P. Blavatsky, DS, I, pg. 208). A esse propósito, o Conselho Mundial da Sociedade Teosófica é incisivo: "Nenhum escritor ou instrutor, a partir de H.P. Blavatsky tem qualquer autoridade para impor seus ensinamentos ou suas opiniões sobre os associados. Cada membro tem igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não tem o direito de forçar qualquer outro membro a tal escolha" (Trecho da Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica em 23.12.1924 e modificada em 25.12.1996.

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