
Aqui está uma versão para substituir o modelo de consciência denominado Teatro Cartesiano; chamo essa metáfora de Modelo dos Múltiplos Rascunhos. Todas as variedades de percepções – todas as variedades de pensamentos ou atividades mentais são realizadas no cérebro por processos de interpretação e elaboração de entradas sensoriais paralelos e com múltiplas trajetórias, e as informações que entram no sistema nervoso estão sob contínua “revisão editorial”.
Os distribuídos conteúdos de discriminações não levam a uma representação das carcterísticas já discriminadas em benefício da audiência no Teatro Cartesiano, pois não existe teatro ou audiência. Eles produzem, com o curso do tempo, algo parecido com um fluxo ou sequência narrativa, sujeita a contínua edição por muitos processos distribuídos por toda parte do cérebro, que continua indefinidamente no futuro. Esse fluxo de conteúdo é apenas semelhante a uma narrativa por causa de sua multiplicidade; em qualquer ponto no tempo existem múltiplos rascunhos de fragmentos narrativos em vários estágios de edição em vários locais do cérebro.
A sondagem desse “fluxo” em lugares e momentos diferentes produzem efeitos diferentes, precipitam narrativas diferentes do assunto. Isso é muito importante, pois esse modelo de Múltiplos Rascunhos evita o engano tentador de supor que há uma única narrativa (tipo o rascunho “final” ou “publicado”), a versão canônica, ou seja, o verdadeiro fluxo da consciência do indivíduo. [...]
O cérebro humano tece com palavras e ações uma teia de discursos e narrativas para auto-representação externamente e internamente. Nossa tática fundamental de autoproteção, autocontrole e autodefinição é contar estórias, e mais particularmente confeccionando e controlando estórias que contamos aos outros – e a nós mesmos – sobre quem somos nós. Nossos contos são tecidos, mas em sua maior parte não são tecidos por nós, eles nos tecem. Nossa consciência humana, e nossa individualidade narrativa são o seu produto, e não a sua fonte. Esses fios ou fluxos de narrativa são emanados como se fossem de uma única fonte; seu efeito sobre uma audiência é tentar estabelecer um agente unificado de quem eles são a expressão, sobre quem eles são: em resumo, colocar um centro de gravidade narrativa. O eu é esse Centro de Gravidade Narrativa. [Trechos do livro "Consciência Explicada", de Daniel Dennett]
Texto selecionado pela irmã Eliane Zaranza para estudo em Loja realizado em 14 de agosto de 2012.
"Nenhum Teósofo, do menos instruído ao mais culto, deve pretender a infalibilidade no que possa dizer ou escrever sobre questões ocultas" (Helena P. Blavatsky, DS, I, pg. 208). A esse propósito, o Conselho Mundial da Sociedade Teosófica é incisivo: "Nenhum escritor ou instrutor, a partir de H.P. Blavatsky tem qualquer autoridade para impor seus ensinamentos ou suas opiniões sobre os associados. Cada membro tem igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não tem o direito de forçar qualquer outro membro a tal escolha" (Trecho da Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica em 23.12.1924 e modificada em 25.12.1996.
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