quarta-feira, 15 de agosto de 2012

"O Vazio andando na forma de um ser humano", de Mooji



Esteja vazio. Seja vazio, este é o segredo. Tente. Leia um livro, mas permaneça completamente vazio – a leitura acontece na clareza perfeita, e as palavras permanecem na página. Desfrute de uma conversa, também em completo vazio – a conversa acontece no seu fluir natural. Observe, e gradualmente você perceberá que toda existência está ocorrendo dentro da Consciência vazia. Dessa forma, você compreende que a percepção, a atividade, o sonhar, tudo acontece como expressão natural do Ser na manifestação. De fato, a vida funciona com maior clareza, harmonia e espontaneidade sem suposta administração e subjetividade do pensamento “eu” – uma descoberta revolucionária!

Procure pelo seu começo e seu fim, Hmmm...(Mooji fecha seus olhos) Meras noções.

Quem é você? O vazio andando na forma de um ser humano. Esqueça-se de você mesmo e descubra o seu Ser. Deixe aquilo que você conhece mentalmente ser confirmado com todo o seu ser. Este é o propósito da sua vinda ao Satsang: descobrir aquilo que você imaginou ter perdido. A sua presença, corpo e mente exalarão esta realização com tamanho poder e beleza que outro seres, sedentos pela verdade, virão tomar abrigo e sombra na paz de sua presença.

Todo lugar que você vai, as pessoas corregam suas “mochilas” de personalidade. Até mesmo na praia todo mundo tem uma! (Risadas) O que é essa mochila? É a identidade do-ego. “Eu sou único. Eu me preocupo comigo, com meu corpo e minha mente, ollhe como isso têm tido sucesso – observe minha beleza!” (Mais risadas) Elas não conseguem largar este saco de lixo. E, o tempo todo, isto é simplesmente o que está atuando através de cada forma em maneiras singulares. Ela expressa julgamentos e preferências superficialmente. Ela age como se fosse um indivíduo autônomo desconectado dos outros seres sencientes. Na verdade, o oposto é verdadeiro.

Tome o exemplo da onda e do oceano. O movimento de cada onda tem todo o oceano por baixo, apoiando-o. Nehuma onda, nem mesmo um tsunami, tem autonomia. Ela não pode dizer, “eu irei para este lado por mim mesma, eu não seguirei as outras”. Quando há uma forte identificação com o instrumento através do qual a força vital e a consciência experienciam, aquela identidade parece tomar as qualidades do instrumento como sendo ela mesma e se torna coberta de arrogância e orgulho. Talvez até mesmo sinta, secretamente, “o mundo seria um lugar melhor se todos fossem como eu”.

Eu digo: seja um espectador, não um ditador. Aprenda a observar este sentimento de ego através do constante descernimento daquilo que é real do que não é. O irreal é mutável. Ele se manifesta como mente, humores, tempo e relacionamentos. O real é o invisível dentro do visível. É o observador único, o qual não pode ser visto fenomenicamente. É conhecido apenas por meio da negação de tudo que é cognoscível, quantificável relativo e variavel. Na medida em que alguém reconhece e se identifica como a testemunha impessoal, o desenrolar do rio de pensamentos, efeitos e eventos é observado brilhando em seu momentâneo “aqui e já passou”, mas não deixa pegadas na consciência.

Na medida em que a compreeensão última amadurece, ela dissolve a ideia pessoal do eu. Então as coisas não estão mais acontecendo para um “eu” – elas meramente acontecem por si mesmas, mas não existe nenhum caos aqui. Em vez disso uma harmonia real é sentida e testemunhada, mantida dentro de uma alegria e serenidade ilimitadas. Tudo que nós fazemos, tudo que percebemos, surge a partir e dentro do vazio. Esse vazio não é estagnado, estéril ou em branco. É sem qualidades, como o espaço. Todo este universo magnífico está dançando dentro da consciência incriada. Tudo tem sua fonte Naquilo.

Texto selecionado pela irmã Eliane Zaranza para estudo em Loja realizado em 14 de agosto de 2012.

"Nenhum Teósofo, do menos instruído ao mais culto, deve pretender a infalibilidade no que possa dizer ou escrever sobre questões ocultas" (Helena P. Blavatsky, DS, I, pg. 208). A esse propósito, o Conselho Mundial da Sociedade Teosófica é incisivo: "Nenhum escritor ou instrutor, a partir de H.P. Blavatsky tem qualquer autoridade para impor seus ensinamentos ou suas opiniões sobre os associados. Cada membro tem igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não tem o direito de forçar qualquer outro membro a tal escolha" (Trecho da Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica em 23.12.1924 e modificada em 25.12.1996.

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