quarta-feira, 22 de agosto de 2012

"Luz no Caminho", de Mabel Collins

5
Escuta o canto da vida.

NOTA: Busca-o e escuta-o primeiramente em teu próprio coração. Ao princípio, talvez dirás que não está ali. Que quando buscas só encontras discordância. Busca-o mais profundamente.


Se ainda assim fracassas, detém-te um instante e ainda mais profundamente olha. Em todo coração humano existe uma natural melodia, uma obscura fonte. Pode estar coberta, oculta e silenciosa por completo; porém, ela ali está. Na base mesma da tua natureza encontrarás a fé, a esperança e o amor. Aquele que procura o mal, recusa olhar para dentro de si mesmo, cerra seus ouvidos à melodia do coração, assim como os olhos à luz de sua alma.

E assim age, porque acha mais fácil viver submerso nos desejos. Mas, no fundo de toda vida existe uma corrente impetuosa que não reconhece obstáculos; as grandes águas estão realmente ali. Encontra-as e perceberás que ninguém, nem mesmo a criatura mais miserável, deixa de ser uma parte dela, por mais que procure fechar os olhos e construir para si uma fantástica forma externa de horror. Todos os seres, entre os quais penosamente avanças, são fragmentos do divino.

E tão enganadora é a ilusão em que vives, que é difícil adivinhar se perceberás primeiro a doce voz no coração dos outros ou no teu. Porém, sabe que se encontra seguramente dentro de ti. Busca-a aí, e uma vez que a tenhas ouvido, irá distingui-las mais rapidamente ao teu redor.
6
Conserva em tua memória a melodia que ouvires.

7
Aprende dela a lição de harmonia.

8
Tu podes então manter-te ereto, firme como uma rocha no meio do tumulto, obedecendo ao guerreiro que é tu mesmo e teu rei. Indiferente ao combate, salvo na execução de teus mandatos, e sem preocupar-te com o resultado da batalha, porque uma coisa única é importante: que o guerreiro vença, e tu sabes que não pode ser derrotado; permanece, assim, sereno e vigilante, e usa da faculdade de ouvir, que adquiriste por meio do sofrimento e da destruição do sofrimento. Enquanto não fores mais do que homem, apenas fragmentos do grande canto chegarão aos teus ouvidos. Mas, se o ouvires, imprime-o finalmente em tua memória, de modo que nada se perca do que tenha chegado a ti, e dele procura aprender o significado do mistério que te rodeia. Com o tempo não terás necessidade de instrutor algum. Porque assim como o indivíduo possui uma voz, Aquele em que o indivíduo existe a possui também.

A própria vida tem a sua linguagem e nunca permanece silenciosa. E esta linguagem não é um grito, como poderias supor que tu és surdo, mas um canto. Aprende dele que tu és uma parte da Harmonia; aprenda dele a obedecer às leis da Harmonia.

9
Observa atentamente toda a vida que te rodeia.

10
Aprende a perscrutar de maneira inteligente o coração dos homens.

NOTA: Sob um ponto de vista absolutamente impessoal, pois de outro modo, verias através de um prisma falso. Portanto, a impessoalidade deve ser primeiramente entendida.

A inteligência é imparcial: nenhum homem é teu inimigo; nenhum homem é teu amigo. Todos são igualmente teus instrutores. Teu inimigo se converte num mistério que tens de resolver, ainda que, para esse fim, sejam necessários séculos; pois o homem precisa ser compreendido. O teu amigo se converte numa parte de ti mesmo, uma extensão de ti mesmo, um enigma difícil de decifrar.

Só há uma coisa mais difícil de conhecer: o teu próprio coração. Antes que se tenham afrouxado os laços da personalidade, não se pode começar a ver este profundo mistério do ser.

Enquanto não estiveres apartado dela, não será, de modo algum, revelado ao teu entendimento. Então, e só então, poderás usar de todos os seus poderes e consagrá-los a um trabalho digno.

11
Considera ansiosamente teu próprio coração.

12
Porque através do teu próprio coração vem a única luz que pode iluminar a vida e torná-la clara aos teus olhos.

Estuda o coração dos homens, a fim de poderes conhecer o que é o mundo em que vives e do qual queres ser parte. Observa a vida que te rodeia em constante movimento, em transformação incessante, pois é formada pelos corações dos homens; e à proporção que forem aprendendo a conhecer a sua constituição e significação, irás gradualmente sendo capaz de ler a palavra maior da vida.

13
A palavra só vem com o conhecimento.
Alcança o conhecimento e alcançarás a palavra.

NOTA: É impossível que ajude os outros enquanto não tiveres adquirido a certeza de ti mesmo. Quando tiveres aprendido as primeiras 21 regras e penetrado no Templo do Saber, com os teus poderes desenvolvidos no sentido livre, poderás, então, descobrir que dentro de ti existe um manancial de que brotará a palavra.

Depois da regra 13 não posso acrescentar palavra alguma ao que já foi escrito. A minha paz te dou.

Estas notas foram escritas unicamente para aqueles a quem dou a minha paz; para aqueles que podem ler o que eu escrevi tanto com os sentidos internos como com os externos.

14
Tendo adquirido o uso dos sentidos internos, tendo dominado os desejos dos sentidos externos, havendo subjugado os desejos da alma individual, e tendo obtido o conhecimento, prepara-te – ó discípulo! – para entrar realmente no caminho. O caminho foi encontrado; apresta-te para percorrê-lo.

15
Pede à terra, ao ar e à água, os segredos que guardam para ti. O desenvolvimento dos teus sentidos internos te permitirá fazê-lo.

16-17
Pede aos santos da terra os segredos que guardam para ti. O domínio dos desejos de teus sentidos internos, te dará direito a fazê-lo.

Texto selecionado pelo irmão Alexsandro Caldas para estudo em Loja realizado em 21 de agosto de 2012.


"Nenhum Teósofo, do menos instruído ao mais culto, deve pretender a infalibilidade no que possa dizer ou escrever sobre questões ocultas" (Helena P. Blavatsky, DS, I, pg. 208). A esse propósito, o Conselho Mundial da Sociedade Teosófica é incisivo: "Nenhum escritor ou instrutor, a partir de H.P. Blavatsky tem qualquer autoridade para impor seus ensinamentos ou suas opiniões sobre os associados. Cada membro tem igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não tem o direito de forçar qualquer outro membro a tal escolha" (Trecho da Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica em 23.12.1924 e modificada em 25.12.1996.

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