
Como eu disse certa vez, eles sabem que o que eles ensinam é uma mentira; e nós sabemos que o que nós transmitimos é verdade, a única verdade e nada mais que a verdade. Eles trabalham para maior poder e glória (!) da sua ordem; nós – para o poder e a glória final dos indivíduos, de unidades isoladas, da humanidade em geral, e estamos contentes de, ou melhor, somos forçados a deixar nossa Ordem e seus chefes inteiramente no esquecimento. Eles trabalham, e se esforçam, e enganam, em função do poder mundano nesta vida; nós trabalhamos e nos esforçamos, e deixamos que nossos chelas sejam temporariamente enganados, para dar-lhes meios de nunca mais serem enganados a partir de agora, e de ver toda maldade da falsidade e da mentira, não só nesta vida mas em muitas vidas depois desta.
Eles, os jesuítas, sacrificam o princípio interno, o cérebro espiritual do ego, para alimentar e desenvolver melhor o cérebro físico do homem pessoal e evanescente, sacrificando toda a humanidade para oferecê-la em holocausto à Sociedade deles – o monstro insaciável que se alimenta com o cérebro e a medula da humanidade, e desenvolvendo um câncer incurável em cada ponto de pele saudável que toca. Nós, os criticados e mal-entendidos Irmãos, tentamos levar os homens a sacrificar a sua personalidade – um relâmpago passageiro – pelo bem-estar de toda a humanidade, portanto pelos seus próprios Egos imortais, que são parte dela, assim como a humanidade é uma parte do todo integral, ao qual se reunirá um dia.
Eles são treinados para enganar; nós, para desenganar; eles fazem o papel de animais que se alimentam de carniça, confinando alguns poucos pobres e sinceros instrumentos deles – con amore, e com objetivos egoístas; nós, deixamos isso para nossos lacaios, os dugpas que trabalham para nós, e lhes damos carte blanche por algum tempo, com o único objetivo de extrair toda a natureza interna do chela, a maior parte de cujos cantos e recantos permaneceria escura e escondida para sempre, se não fosse dada uma oportunidade para que cada um destes cantos fosse testado.
Se o chela conquista ou perde o prêmio é algo que depende apenas dele. Só que você deve lembrar que as nossas ideias orientais sobre “motivações”, “sinceridade” e “honestidade” diferem consideravelmente das suas ideias no Ocidente. Ambos acreditamos que é moral dizer a verdade e imoral mentir; mas aqui toda analogia termina e nossas noções passam a divergir em um grau bastante notável.
Texto selecionado pela irmã Hilda Garcia Espíndola para estudo em Loja realizado em 4 de setembro de 2012.
"Nenhum Teósofo, do menos instruído ao mais culto, deve pretender a infalibilidade no que possa dizer ou escrever sobre questões ocultas" (Helena P. Blavatsky, DS, I, pg. 208). A esse propósito, o Conselho Mundial da Sociedade Teosófica é incisivo: "Nenhum escritor ou instrutor, a partir de H.P. Blavatsky tem qualquer autoridade para impor seus ensinamentos ou suas opiniões sobre os associados. Cada membro tem igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não tem o direito de forçar qualquer outro membro a tal escolha" (Trecho da Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica em 23.12.1924 e modificada em 25.12.1996.
Nenhum comentário:
Postar um comentário