terça-feira, 9 de outubro de 2012

Satori ou a aquisição de novo ponto de vista

[...] “A aquisição de um novo ponto de vista, em Zen, é chamado satori (wu em chinês).  A sua forma verbal é satoru.  Sem isso não há Zen, pois a vida do Zen principia com a ‘abertura do satori’.  Satori pode ser definido como um olhar intuitivo no âmago das coisas, em contraposição à sua compreensão intelectual ou lógica.  Qualquer que seja a definição, satori significa o desabrochar de um novo mundo até então despercebido, em face da confusão da mente dualística."  [...]

"Acaso poderíamos explicar o Zen, se disséssemos que nenhum mestre pode levar seus discípulos à iluminação?  Será satori algo que não possa ser captado pela análise intelectual?  Sim.  É uma experiência que nenhuma série de explicações ou argumentos poderá transmitir, a não ser que a tenhamos sentido anteriormente. Caso o satori fosse transmitido verbalmente e pudesse tornar-se claro aos outros que não o tivessem alcançado, o satori não seria satori.  Quando o satori se torna um conceito, cessa de ser ele mesmo, e não há mais experiência Zen.  Deste modo, tudo o que podemos dar como instrução Zen é indicar, sugerir, ou mostrar o caminho pelo qual a atenção de cada um poderá ser orientada em direção a um alvo."

"Quanto a atingir esse alvo e segurá-lo, isto deverá ser feito por cada um, com as suas próprias mãos, pois ninguém poderá fazê-lo.  A respeito das indicações, estas se encontram em toda a parte.  Quando a mente do homem está amadurecida para o satori, ele tropeça com ele em qualquer lugar.  Um som inarticulado.  Uma observação ininteligível.  Uma flor que se abre, ou um acidente trivial como um tropeção, são condições para abertura da mente ao satori. Aparentemente, um fato insignificante produz um efeito de desmedida importância.  O leve toque de um fio no outro produz uma centelha, que resulta numa explosão que sacudirá a terra."

"Todas as causas, todas as condições do satori se acham na mente. Elas esperam apenas a maturação. Quando a mente está  pronta, por uma razão ou outra, um pássaro voa, uma campainha toca, e retornarás a tua casa primitiva.  Isto é, reencontrarás o teu ser real.  Desde o começo nada o ocultava, tudo o que desejavas ver lá estava diante de ti, eras tu somente que fechava os olhos ao fato.  Portanto, nada há a explicar no Zen; nada a instruir que aumente o teu conhecimento. A menos que brote de ti mesmo, nenhum conhecimento é realmente teu.  É somente uma plumagem emprestada."

Texto selecionado pelo irmão Márcio Douglas para estudo em Loja realizado em 2 de outubro de 2012.

"Nenhum Teósofo, do menos instruído ao mais culto, deve pretender a infalibilidade no que possa dizer ou escrever sobre questões ocultas" (Helena P. Blavatsky, DS, I, pg. 208). A esse propósito, o Conselho Mundial da Sociedade Teosófica é incisivo: "Nenhum escritor ou instrutor, a partir de H.P. Blavatsky tem qualquer autoridade para impor seus ensinamentos ou suas opiniões sobre os associados. Cada membro tem igual direito de seguir qualquer escola de pensamento, mas não tem o direito de forçar qualquer outro membro a tal escolha" (Trecho da Resolução aprovada pelo Conselho Geral da Sociedade Teosófica em 23.12.1924 e modificada em 25.12.1996.

Um comentário:

ALUGUERIODEJANEIRO!GMAIL.COM disse...

...perfeito!Amo o Zen budismo...OBRIGADA!